O mundo vem sofrendo inúmeras transformações nos últimos anos e, no Brasil, não é diferente. Transformações estas que ocorrem em todos os setores e segmentos da sociedade, principalmente na política, prova disto são as mudanças que houve nas últimas eleições, tanto na esfera municipal quanto nas esferas estadual e federal. A justiça está fazendo a sua parte, punindo aqueles que praticam os mais variados tipos de crimes. Tanto pobres como ricos estão sendo punidos. O povo está mais consciente do papel que exerce na sociedade que é o de eleger seus representantes, fiscalizar os serviços públicos e etc., e, cada ano que se passa, o resultado é plausível aos olhos da comunidade. Isto é bom para o povo e também para a democracia brasileira, fortalecendo-a e fazendo jus o direito do cidadão.
Seria satisfatório se as gerações que nos antecederam tivessem experimentado, pelo menos, um pouquinho do que vem a ser o espírito democrático, porquanto o povo é quem mantém a máquina pública funcionando, e é direito dele observar, fiscalizar e dizer onde se deve investir o dinheiro dos impostos que cada cidadão contribui. Porque é o contribuinte que mais tem conhecimento do que são prioridades em uma sociedade, haja visto o contexto social em que está inserido, no bairro ou na vila, onde mora.
A política é dinâmica, ou seja, dentro dela, nada é permanente ou estático, embora, pessoas ainda em pleno século XXI, acreditam que têm o direito de se perpetuar no poder, achando-se insubstituível, tirando o direito dos outros cidadãos, contrariando o que diz a Carta Magna – Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 que rege a vida dos cidadãos brasileiros: Art. 1.º - Parágrafo único. Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta constituição. Isto quer dizer que qualquer pessoa tem o direito de representar o povo por meio de cargo eletivo, direito este assegurado também pela Lei Federal.
Se fizermos uma retrospectiva verificaremos que o Brasil, durante muitos anos, ficou refém de dois grupos que se revezavam no poder, quem não se lembra da Política do Café com Leite, de um lado os grandes fazendeiros produtores de café e de outro os grandes pecuaristas. Isto denota o verdadeiro sistema ditatorial que, por muito tempo, permeou o Brasil.
Infelizmente, ainda hoje, existem cidadãos assim, se sentindo donos do poder, começando do mais simples ao mais complexo cargo público.
Pessoas que foram eleitas para representar o povo, e se protagonizam como proprietários dos cargos onde são empossados, eternizando-se no poder, se esquecendo, ou fingindo se esquecer de que o bem que ele administra não é particular, e sim do povo, a ele foi delegado, apenas, a oportunidade de administrar o bem público.
Que eu me lembre, a lei não prevê que os cargos de vereador, prefeito, deputado, senador ou presidente da república são profissões, ou seja, os cidadãos que ocupam tais cargos estão ali por tempo determinado e, é responsabilidade do povo conduzí-lo à eleição, ou não, porquanto tal cargo não é profissão como muitos acham.
Em tempos remotos os imperadores romanos tinham tanto poder que exigiam ser adorados como deuses, a vontade deles era lei. Tinha de ser cumprida. Antigamente, na maioria dos povos, todo o poder estava nas mãos dos reis, eram eles que faziam as leis, governavam o reino e administravam a justiça, julgando e punindo quem era considerado criminoso. Mas com o passar do tempo a humanidade foi percebendo uma coisa: juntar muito poder nas mãos de uma só pessoa leva ao abuso do poder. Inúmeros reis foram tiranos cruéis. Muitos só cuidavam de seus interesses pessoais, procurando favorecer a própria família e os amigos, ignorando os problemas do povo. Para alimentar sua cobiça e vaidade, muitos cometiam injustiças, esbanjando luxo e riquezas, enquanto o povo sofria na miséria, sem ter direito a nada.
Foram precisos milhares de anos e muita luta para mudar esta situação. Felizmente, aos poucos, o sistema está mudando.
Em quase todos os povos da atualidade, os governantes não são considerados donos do poder, mas representantes do povo e encarregados de cuidar do interesse da sociedade, pois é ela, a maioria pobre, quem mantém as mordomias dos governantes.
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