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Texto selecionado
Agosto |
Flora Fernweh |
O sol inaugurou o nascimento do novo mês
Contradizendo as sombras da superstição
que encobrem agosto com ar de desgosto
Reacendeu-se a esperança mais uma vez
Augusto agosto de agouros mal-entendidos
de Lobisomens em noites de sexta-feira
tempo propício para as bruxas e feiticeiras
Renascem no mundo horrores já desferidos
Árido é o frio e a neblina que ventos trazem
Época monótona esquecida de celebrações
A constelação de Leão no hemisfério norte
Recomenda que em agosto ninguém case
Famoso pelos dias que emanam azares
Mulheres portuguesas sofriam na solidão
enquanto seus maridos em agosto partiam
rumo às novas terras na longa expedição
Chagas do frio, doenças, fome e entressafra
É a provação pela qual todos os anos passam
enquanto espera a primavera no horizonte
em um setembro que desponta com sua calma
Até Vesúvio em agosto acinzentou Pompeia
Crendices giram em torno de São Bartolomeu
e de massacres presenciados pelo povo afora
escritos desde as lembranças até as epopeias
Nada disso impede que o sol brilhe nos agostos
e afaste a morbidez com a verdade reluzente
de um tempo de recolhimento que ainda acolhe
àqueles que para enxergar a luz estão dispostos
Porque o oitavo mês guarda consigo o infinito
no qual não cabe apenas a ruindade bárbara
mas igualmente o presente da bondade cara
que reconhecerá em agosto um mês bendito
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Biografia: Sobre minha pessoa, pouco sei, mas posso dizer que sou aquela que na vida anda só, que faz da escrita sua amante, que desvenda as veredas mais profundas do deserto que nela existe, que transborda suas paixões do modo mais feroz, que nunca está em lugar algum, mas que jamais deixará de ser um mistério a ser desvendado pelas ventanias. |
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