Quando eu era criança
Pras bandas do Pantanal
Gostava de brincar
Com um cavalinho de pau
Meu pai era peão
Gostava de viajar
Ficava muito tempo
Com o gado a caminhar
Montado em seu cavalo
E os peões sempre o seguindo
Não existia tristeza
Viviam sempre sorrindo
Sua grande comitiva
Não brincava em serviço
Pois o trabalho era duro
Requeria compromisso
Naquele sertão afora
Seu berrante ia tocando
A peonada ajudava
E o gado ia chamando
Se o tempo ameaçasse
A chover, logo dizia
Vamos levantar o gado
Lá pro alto, mais pra cima
O Pantanal é engraçado
Muito bom de se viver
Pois, na lida, com meu pai
Aprendi logo a crescer
Demoravam muito tempo
Por aquele mundo afora
Minha mãe ficava em casa
Pedindo a nossa Senhora
Se por ventura encontrasse
Uma onça no caminho
Eles tomavam cuidado
Com o danado felino
Uma coisa que a gente
Sabe ser é inteligente
E meu pai sempre ensinou
A cuidar o meio ambiente
Não se mata bicho algum
Onça, cobra ou lagarto
E se nós não preservarmos
Logo estará terminado
O Pantanal é uma riqueza
Bem maior aqui não há
Se quisermos viver bem
Vamos tratar de cuidar
Tem rios frescos e grandes
Até parece o mar
Coisa linda de se ver
É mesmo de se encantar
E as flores e as matas
Nem se compara à cidade
As chalanas que se vão
Deixando muita saudade
Se você não conhece
Pois, já está convidado
Venha logo, ao Pantanal
E verás que é sagrado
Santuário de Beleza
Inda não vi outro lugar
Ar puro, e gente boa
Que gosta de prosear
Pantanal matogrossense
campos grandes, alagados
Muito gado, muita gente
Meu espaço abençoado
Não podemos aceitar
O que está acontecendo
Implantação de usinas
Em nome do crescimento
A poluição aumenta
Mata os peixes e o rios
Os animais que inda resta
Neste Cantinho do Brasil
É hora de acordar
Meu querido brasileiro
Temos todos um pouquinho
De cidadãos pantaneiros
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