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País da Contradição
Valdecir dos Santos

Resumo:
O poema fala da miséria, diferenças sociais, depredação do meio ambiente, também da incoerência existente na política deste país.

País da Contradição


Falta saúde, mas sobram doenças e mortes por todos os lados.
Falta educação de qualidade, mas sobram alunos em salas repletas.
Falta honestidade, mas sobram homens corruptos
Falta paz, mas sobram guerra, ódio, violência.

Falta verdade, compromisso, mas sobra corrupção em todos os gêneros
Faltam empregos, mas sobram terra, mão de obra
Falta igualdade social, mas sobram pobreza, miséria, fome
Faltam recursos, mas sobra sonegação de impostos.

Este é o meu País, Brasil da contradição
Este é o meu Brasil, País da contramão

Que mais está faltando?
Vergonha, honra, ética em todos os gêneros
Em todas as profissões, por todos os lados,
Em todos os cantos, da vila, da cidade, do país.

Que mais está sobrando?
Egoísmo, ganância, egocentrismo,
Roubo, assalto aos cofres públicos,
A certeza da impunidade, a certeza da liberdade
A incerteza de um Brasil melhor.

Que mais está faltando?
Amor ao próximo, ao irmão, ao necessitado,
Compaixão pelos pobres e menos favorecidos,
Reconhecimento do negro como ser humano,
Direito do índio como brasileiro,
Verdadeira distribuição de rendas
Que muitos produzem e poucos se beneficiam

Que mais está sobrando?
Preconceito social, racial,
Desperdício de alimentos, de água
Desmatamento, descuido com o planeta,
invasão de privacidade, terra de ninguém,
casa da sogra, do sogro e de quem mais quiser...
Suecos comprando, suíços tentando comprar
A Amazônia, a nossa terra, o pulmão da Terra.

Crianças marginalizadas, sofridas...
Meninos carvoeirinhos, perambulando por aí
Meninas gestantes prematuramente,dizendo, e daí?
Jovens drogados, presas fáceis de ignóbeis traficantes

Este é o meu País, Brasil da contradição
Este é o meu Brasil, País da contramão

Multidão, multidão, sem rumo, sem direção
Favelinhas, favelas, favelões,
Crianças, jovens e adultos
Caminhando sem rumo a lugar nenhum

Na Educação do meu Brasil se fala em democracia
Não se respeita à diversidade cultural
Não existe liberdade de expressão
Não se escuta opinião, Não se respeita religião
A minha é a mais correta, perfeita, melhor que a do meu irmão,
Se esquecem que, no Brasil, escrito está na Constituição
Que não mais caminham juntos, estado e religião.

No litoral do meu Brasil
Desfiles de iates, senhores feudais
Príncipes e princesas, reis e rainhas, patrícios e patricinhas, burgos e burgueses.
Enquanto isso, no CEASA e FEIRAS da minha nação, brancos, negros, doentes, raquíticos, crianças, jovens, velhinhos, todos cidadãos
Procuram por restos de alimentos, sobra do que sobrou, resto do que restou... em vão

Este é o meu País, Brasil da contradição
Este é o meu Brasil, País da contramão

Esta é a minha terra de verdadeiros heróis
Índios, valentes, guerreiros, dizimados aos milhões
Esta é a nossa terra de homens trabalhadores
Do Norte ao Sul, Leste a Oeste
O nobre brasileiro, que carrega este Brasil
Nos ombros, nos braços, nos altos impostos...

Este é o meu País que produz inteligência
Que exporta cientistas, professores e doutores
Que é auto – suficiente em petróleo e coisas mil
Não pode continuar vivendo de ilusões
Não pode aceitar a tamanha incongruência
Nas intrínsecas entrelinhas deste Gigante País
Brasileiros pensantes, não hão de viver taciturnos
Inertes, temidos, tímidos, calados, presos de alma
Mortos de espírito olhando a Banda Podre passar.

No país da falta e da sobra, só faltam cumprir as leis que já sobram.






Biografia:
Valdecir dos Santos – Docente na Rede Estadual de Ensino de MS Pós-Graduado em Língua e Literatura Professorvaldecir.santos@gmail.com
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