AMEAÇAS À HUMANIDADE
CAPÍTULO 4 - A SOMBRA NA NOITE
By: FerDatteBayo2015
Ao sair de casa naquela noite escura, Rafaela imaginava se assustar com algum gato de rua ou outro animal qualquer que cruzasse seu caminho.
Mas o que ela nao podia esperar era o que estava prestes a se tornar o segundo assassinato a sangue frio na pequena cidade de Martinópolis.
Alguns dias antes a cidade havia sido palco de um assassino frio, rápido e profissional. A perícia confirmou que o corpo encontrado pendurado numa árvore pertenceu a Diego, líder de Finanças de uma grande empresa transportadora de doces da cidade, a Regente Transportes. Não havia arma do crime mas com toda certeza a vitima morrera por causa dos golpes de objetos cortantes e não por causa de ter sido pendurado na árvore. Não haviam pistas para a polícia seguir com a investigação.
Ao observar a cena do crime, os policiais Renan e Cíntia nao conseguiram encontrar nenhum sinal de digitais ou de sangue ou qualquer item que identificasse o assassino. Resolveram deixar o caso de lado para tentar resolver algumas denuncias feitas contra o prefeito.
As denuncias eram referentes a uso ilegal de dinheiro da prefeitura com objetos particulares. Como a lei na pequena cidade, os dois policiais foram indicados para verificar a veracidade das denúncias. Na casa do prefeito, Solomon, conseguiram notas fiscais de alguns eletrônicos que o prefeito recém adquirira mas ele alegou apenas que eram para uso no trabalho, logo não houve muito o que ser feito pela dupla.
No outro dia se depararam com uma denúncia anônima que indicava um novo corpo assassinado na rua da casa de Cíntia.
O assassino havia seguido a vitima desde a casa dela ate um local mal iluminado e ao longe ela percebeu a sombra se alongando nas poucas luzes que restavam no beco. Rafaela tentou gritar mas ele ja estava perto o bastante para segurar sua boca e impedir o grito. O homem pega uma faca de carne e segura no pescoço de Rafaela. Esta se debate e a cabeça dela cai separada do corpo quando ela testa se a faca realmente corta, fina como papel, agora Rafaela perdeu a cabeça...
Os detetives nao encontram nada que levam ao crime além da marca registrada do assassino: Lâminas.
Como nao tinham outras pistas, aguardaram o legista apenas para confirmar que a vitima fora decapitada. Com um único corte. Rápido e silencioso.
Nada havia mudado. Ninguém havia visto o assassino. Ele era muito bom. Mas em pouco tempo viraria um serial killer, e isto nao era nem um pouco bom pra imagem da cidade.
Naquela mesma noite um casal está caminhando pela rua quando a garota vê uma sombra passar a seu lado. O rapaz nada nota, até ter seu membro superior direito separado do corpo com um som baixo e agudo.
Ao ver que está sem um braço, e que está sangrando muito, o jovem vê a sombra levantar sua namorada do chão e em seguida a parte da frente da cabeça da garota cai junto ao braço no chão. De orelha a orelha, apenas um borrão vermelho onde antes fora o rosto da garota. Um corte limpo, como o de seu braço.
Desesperado ele tenta gritar mas o som da lâmina mais uma vez o deixa desesperado ao notar a sombra arrastando seu corpo, deixando sua cabeça para trás. Em seus últimos segundos antes de se ir para sempre, o rapaz vê seu corpo sendo pendurado em um fio de energia da iluminação e ser eletrocutado.
O que mais intriga os olhos do jovem moribundo é que a energia passa pela sombra, e esta vai embora com um objeto reluzente nas mãos.
- Uma lâmina. Uma linda e perfeita lâmina. Fina como papel. E afiada como laser.
- Quer dizer que uma lâmina fez tudo isso a eles?
Cintia estava irritada. Como alguém matava duas pessoas na rua e ninguém notava nem ouvia nada?
O caso acabava de se tornar oficial. A policia Federaliria investigar agora. Não haviam pistas. Nada nem ninguém sabia do que havia acontecido naquela cidade.
O assassino se tornou uma lenda urbana e ninguém saia de casa a noite enquanto os detetives da PF cuidavam do caso. Estes também nao descobriram nada. Porque não havia nada pra descobrir.
Nada além de uma sombra.
Cintia e Renan saíram tarde do escritório da polícia onde os agentes federais ainda trabalhavam e quebravam a cabeça tentando solucionar os quatro assassinatos sem pista alguma.
- Quem você acha que é?
- Me pegou. Não sei nem mesmo como ou porque ele esta matando.
- Esse caso não vai ser resolvido não é?
- Eu duvido muito. Os federais também não tem pistas.
Enquanto dirigem pela estrada escura rumo a casa de Renan, Cintia nota uma sombra passar ao lado do carro.
- Você viu isso?
- O quê? Uma sombra? Vi sim. Vamos voltar e ver o que era?
Enquanto Renan desacelera o carro, eles notam a sombra passar de novo pelo carro.
- Pára o carro. Agora!
Cintia desce do carro a tempo de ver a sombra se aproximando de novo. Um som baixo e estridente parece sair dela e um segundo depois sente que está caindo. Não, o que está caindo é a parte de cima de seu corpo. A lâmina dividiu-a em duas partes.
Renan olha horrorizado para a cena e entra de novo no carro. A Sombra se aproxima. Após fechar o vidro ele nota que a Sombra não parou. Um clarão deixa ele meio desnorteado.
Quando olha novamente nao consegue sentir seu olho esquerdo. Ao tentar virar nota que não tem nada do lado esquerdo. Enquanto é arrastado para o meio da estrada ele ainda vê um ultimo relance da cena do crime: O carro estava dividido em duas partes. Ainda sentado no banco do motorista, está o outro lado do seu corpo, todo cheio de sangue.
Após os corpos dos policiais serem encontrados nada mais aconteceu de tão trágico na cidade. A polícia Federal se retirou porque não conseguiram resolver o caso.
Ninguém mais na pequena cidade sai durante a noite, mas algumas pessoas dizem ter visto uma sombra caminhando pelas ruas com um objeto reluzente na mão.
- Uma lâmina. Uma linda e fina lâmina.
É o que todos dizem.
The End
|