me olho e não me vejo
procurando-me não me acho.
Sou luz, alegria, amor ou pejo?
insensível existir relapso?
não sei quando sou eu que falo
quando são palavras minhas.
Não sei o que penso, ou quando falo
e o que é o Ser que me anima
sou eu quem escreve?
o que escrevo é o que penso?
que sou calmo, honesto, puro... E ferve
em mim, um chato, crasso, falso e tenso
pensares vazios! Quimera.
Sou quem penso ser? Não sei.
Ah! Um dia saber-me! Quem dera!
um poço de angústias, mendigo ou rei
quero revelar-te ó inconsciente
esse teu ser ardente em loucura;
rapaz calmo, sereno e paciente.
Soma de desgosto, violência e candura
Em 07 de abril de 2004
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