O velório do Alfredo
O dia já começou mal, Carmen entrou no quarto e sem rodeios me disse que o Alfredo tinha morrido ,eu fiquei parado sem saber o que disser ,perguntei do que ele avia morrido, ela com a maior calma disseram que achavam que tinha sido do coração.
Arrumei-me e liguei para Tânia, a final o Alfredo era meu sócio e amigo, sua mulher estava arrasada ficou falando o quanto ele era bom e companheiro, Carmen ficou encostada na porta comendo uma maçã, eu podia ouvir cada mordida que Carmen dava no alimento, em quanto escutava minha conversa com a viúva desolada, com muito custo eu consegui fazer Tânia desligar, porque tinha que ajeitar umas coisas que ela mesma havia me pedido ir acompanhar a liberação do corpo, papeladas no cartório, estas coisas que temos que providenciar.
Carmen logo protestou, disse que a família dele e que deveria de fazer estas coisas, respirei fundo para não responder nada a ela, não ia ficar discutindo porque não iria dar em nada, só iria me atrasar ainda mais .
Foi uma manha difícil eu não sabia que cuidar do ultimo dia de alguém na terra fase Tão cansativo, fui ao necrotério e eles me deram um documento, depois na funerária tive que assinar mais uns documentos, depois tive que ir para o cartório levar o tal documento.
Carmen me ligou varias vezes, perguntando onde seria o velório, que horas o corpo estaria lá, eu já estava cansado com fome, que sem pensar desligue na cara dela, se ela ficasse ofendida eu mentiria que a bateria avia se acabado.
Na pequena capela estava um silêncio, os parentes já estavam esperando o corpo do morto, quero disser do Alfredo, a viúva estava sentada sento consolada por uma amiga que estava de roupas extravagante para um velório.
Todos vieram falar comigo, me agradecer pela gentileza, estavam falando baixo com movimentos lentos, eu também comecei a falar baixo e andar sem fazer barulhos ,como se anda em casa de madrugada para não acordar quem dorme, Carmen chegou com uma roupa simples mais elegante, fui encontra La na porta ,ela ficou me olhando de um jeito assustada, eu perguntei que cara era a que La ,ela me perguntou se eu avia tomado calmante, eu disse que não, que era um velório por Esso todo mundo falava assim, ela começou a rir perguntou se estávamos com medo de acordar o morto que ainda não tinha chegado, eu tive que me zangar com ela .
Finalmente o corpo chegou todos se levantaram a viúva se aproximou do falecido e chorou como uma criança, eu fiquei assustado com o choro da mulher, ninguém foi ampara lá então eu me propus em fazê-lo, ela chorou mais ainda , eu fiquei mais assustado e olhei para Carmem que estava fingindo que nem me conhecia, olhando pra outro lado, depois de um tempo a viúva se acalmou e se sentou.
Tive uma folga do evento velório, e sai pra tomar um ar, Marcos estava sentado sozinho em um canto, me juntei a ele, foi quando vi que ele estava bêbado, me esticou a garrafa que era de vodka, perguntei o porque de tudo isso, pois ele não gostava muito do Alfredo , ele disse que semanas antes, ele e Alfredo aviam brigado, eu fiquei ouvindo seu sofrimento e tomei um gole da bebida, e por não ter almoçado logo fiquei meio bêbado ,uma pessoa me chamava pra marcar a horas que era pro padre vir dar a benção, foi quando eu resolvi tomar um colinho a mais ,fique meio confuso mais não dava pra ninguém perceber que eu havia bêbedo, se percebessem eu diria que era pra aguentar a dor da perda.
Carmem logo me enquadrou, ficou uma fera comigo, disse que se eu a envergonhasse ela me deixaria pra fora de casa.
Marquei a hora do padre dar a benção ,foi intimado por um homem grande e estranho e desagradável, que disse que na qualidade de melhor amigo de Alfredo eu deveria discursar, fiquei apavorado eu não falo em público ,eu não ia conseguir .
Mais não tinha outro jeito me aproximei do caixão e olhei para o rosto de Alfredo, pensei em muita coisa mais era difícil disser com palavras.
Todos com cara de choro, Marcos arrependido por ter brigado com o morto dias antes, parentes lamentando, foi que olhei bem para Alfredo e pensei quem era mesmo essa pessoa, que agora esta neste caixão, será mesmo que ele era bom, será que ele merece nossa lamentação, porque todo mundo quando morre não tem mais defeitos e vira santo. Para começar meu discurso eu disse exatamente isso.
Depois de um tempo eu ia falar mais uma frase de efeito, foi quando a viúva se levantou e me olhou de um jeito, eu fiquei com medo de te lós ofendido com minhas palavras, mais ela disse que eu tinha ração, será mesmo que Alfredo merecia tudo aquilo, com todas as letras ela disse que ele não passava de um canalha, mentiroso.
O velório parou, todos ficaram olhando pra ela sem fala, então ela perguntou quem ali não achava que ele era um cara mau caráter, trapaceiro, então Marcos se levantou e contou o motivo de sua briga com Alfredo, ele sempre devia pra todo mundo não pagava, roubava clientes dos outros funcionários da loja, fingia ficar doente e tirava o dia de folgas mesmo sabendo que a gente estava atolados de trabalho, nunca era o culpado por nada de errado, sempre se safava , dava em cima de nossas mulheres quando mínguem estava por perto, ajudou um colega a vender um carro e ficou com a maior parte do dinheiro,ate a pensão de sua avó ele pegava a metade dizia que ela não precisava de mais do que já tinha .
Eu fiquei parado sem ação, então uma pessoa me perguntou se eu também achava que o Alfredo era tudo isso, já que éramos sócios e amigos.
Eu não sabia o que disser fiquei olhando pra Carmem que parecia estar se divertindo com meu desespero, então eu pensei em amenizar todos os ânimos, olhei para o rosto de Alfredo e tive vontade de rir, ele era tão convencido se cuidava tanto, fazia pouco do Zé da pança , era assim que ele apelidava o mais velho funcionário da loja, agora estava ali bonito sem pança mais morto, era mesmo um idiota esse Alfredo, me roubava, pouco quase nada, pra eu não perceber, mais roubava, agora estava ali e sua esposa certamente iria se casar de novo e gastar todo o dinheiro que ele juntou honestamente e desonestamente, vida nova sem o idiota convencido do Alfredo, pra falar a verdade acho que eu nem gostava deste homem, mais eu não disse nada, calei estes pensamentos e pedi que deixassem estas magoas, ele era uma pessoa que tinha errado mais todos nos também erramos, e quando a gente morre tudo acaba esses sentimentos não adiantam de mais nada.
Carmem ficou satisfeita com minha atitude, finalmente o padre chegou, depois deu a benção que o Alfredo não merecia, nos rezemos todas as rezas que ele iria precisar, pois com aquelas queixas todas ele iria precisar era de um bom advogado La seja onde ele estivesse .
Depois em casa eu estava no escritório mexendo em alguns documentos achei um bilhete no final do meu caderno de anotações, era de Alfredo se desculpando, se desculpando pelas coisas idiotas que ele fazia na loja, me prometia recompensar, dizendo que eu sim era um amigo, eu ate que fiquei com saudade, do malandro, mau caráter, mulherengo e convencido do Alfredo
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