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Com a ajuda de mamãe
Regina

Com a ajuda de mamãe

A casa estava vazia, o corredor era muito comprido ate a sala, dose passadas com minhas pernas que ainda não eram grandes.
Fiquei esperando alguém me chamar para o jantar ,mais a casa estava mesmo um silencio,fiquei a pensar que um mostro teria levado todos ou devorados, meus pensamentos foram interrompidos por um barulho que quebrou o terrível silencio.
Continuei parada a porta do quarto, tentando ouvir melhor de onde o barulho vinha.
Com muito custo identifiquei que ele vinha da sala de estar, era onde mamãe ficava lendo quando todos saiam.
Dei um passo a frente, um passo leve curto e rasteiro, esperei um pouco pra ver se algum mudava depois da minha iniciativa,mais nada mudou as luzes continuaram apagadas ,meu medo não tinha desaparecido, tudo era igual.
Tomei coragem, respirei profundamente e corri muito rápido, abri a porta com um empurram, La estava ela, mamãe se virou rápido e sorriu para mim, mais não havia se assustado tinha ouvido meus passos na corrida contra o medo.
Perguntou-me porque eu não havia acendido as luzes, primeiro que o interruptor era muito auto para mim, eu teria que ficar de ponta de pé, se eu acendesse as luzes os monstros poderiam me ver melhor.
Ela estendeu a mão, pude ver que suas unhas estavam pintadas com uma cor diferente, não conhecia o nome desta cor, fazia pouco tempo que eu estava aprendendo as cores e as escuras eram difíceis de identificar, eu já tinha seis anos mais aprender coisas da escola era difícil pra mim, minha irmã que era parecida comigo já sabia varias coisas ate lia livros tinha um com gatinho na capa ele era preto com pintas brancas, um dia eu cheguei ate pensar que tinha sido adotada por ser tão diferente de minha irmã, mais ela tinha seis anos também, todos se enganavam com nossa aparência, ate papai se confundia se estivéssemos em silencio, somente mamãe sabei que eu era eu, mesmo quando estávamos juntas.
Mamãe fechou o livro e ficou olhando para mim,eu gostava de ficar com ela sem minha irmã , ela me deixava ajudar a fazer o jantar,esticar a toalha a mesa que caia pro outro lado,eu não conseguia estender a toalha como ela,minha altura não era muito alta e a mesa era de gente grande comer,não era nesta mesa que eu e minha irmã ficávamos ,mais hoje mamãe me deixou ficar nesta mesa grande.
Depois do jantar eu perguntei quando papai e minha irmã iriam chegar, mamãe disse que seria depois do jantar da casa da dinda de Rebeca, era mais tarde que o nosso jantar, eu não tinha muita nos são de tempo, sempre perdia a hora de tudo ,mais minha mãe me ajudava , ate me arrumar pra escola se não eu seria a ultima a chegar lá.
Eu nunca ia à casa da madrinha de Rebeca, era uma casa grande com piscina, papai dizia que a que La casa não foi feita pra ter crianças, eu não tinha medo de um monte de coisa, e um dia pulei na piscina, papai ficou apavorado e me salvou.
A casa de minha dinda era feita pra crianças, mais era muito longe, a gente ia somente em feriados.
Mamãe pegou um livro de criança na estante pequena, era onde podíamos pegar livros e brinquedos, eu gostava mais dos brinquedos.
Pensei que ela fosse ler para mim, mais ela me esticou a mão com o livro,eu peguei o livro e olhei tinha figurinhas que eu não gostava, perguntou se eu podia contar uma historia para ela, uma minha.
Mamãe disse que outro dia eu poderia contar mais hoje era pra eu ler o livro.
Olhei para o livro e não consegue juntar as palavras, quando elas estavam separadas eu conseguia.
Mamãe ficou olhando eu tentar ler o livro de letras emendadas ficou com um olhar diferente que eu não conhecia, ela baixou os olhos quando olhei pra ela, fiquei triste com o jeito de mamãe ,eu estava tentando ler mais era difícil, tentei fazer como ela disse ler no pensamento e disser as palavras mais eu trocava as letras .
A porta se abriu e eles entraram, Rebeca tinha um urso de pelúcia enorme nas mãos, corri ver o urso e papai reclamou que nem dei abraço nele.
Rebeca estava no banheiro escovando os dentes, papai comia um pão sem pratinho em baixo, derrubou farelo no chão da cozinha e mamãe ficou brava com ele.
Eu esperava no quarto pra dormir com Rebeca, na verdade eu queria era dormir com o urso grande que ela avia ganhado.
Papai recolheu meu livro que estava no chão e perguntou se eu estava lendo, mamãe balançou a cabeça negativamente, com uma voz quase sussurrada ela disse que eu ainda não conseguia.
Eu sabia que eles estavam falando de mim, só não entendi porque era tão importante ler os livros.
Na escola tudo estava meio chato, as outras crianças me tratavam diferente às vezes, o Tiago disse que eu deveria estudar com retardados, eu não sabia o que era isso mais dei um soco nele assim mesmo, a professora não viu, ele contou mais ela nem deu bola porque ele era muito chato.
Eu tinha mais aulas que a Rebeca, ela ia pra casa e eu ficava estudando com uma professora que parecia medida.
Eu perguntava por que somente eu tinha que ficar o dia todo fazendo estas coisa e Rebeca não, fazia nada, e mesmo assim tirava notas melhores que eu, mamãe com um jeito calma me explicava que tem crianças que precisam fazer estas coisas pra aprenderem, mais isso não quer dizer que elas não sejam inteligentes.
Parecia-me uma grande mentira, se eu tenho tanta inteligência por que não consigo ler e escrever como todo mundo, Rebeca sim e inteligente sabe ler livros, eu era mesmo a gemia burra.
Chegai em casa com o papai fui logo ver a mamãe ,a porta do escritório estava fechada, empurrei a porta de vagar e ela estava escrevendo no computador,andei bem de vagar e gritei bem alto , foi quando ela pulou de medo, eu sabia que o medo da mamãe era de mentira, ela só gostava de brincar comigo.
Estávamos brincando quando Rebeca chegou com seu livrinho de bichos, me mostrou uma letra com o meu nome, eu gostei de reconhecer a letra mais não consegui ler a faze toda, mamãe ficou me olhando com esperança que eu terminasse a frase, mais não foi desta vez eu errei.
Mamãe me abraçou apertando como se fossem quebrar meus ossos, depois mostrou outras pagina do livro, foi quando eu perguntei se eu iria crescer burra.
Ela me encarou e perguntou quem tinha me chamado assim, eu respondi que ouvi a mãe do Tiago falar que eu era a gemia burra, e a esperta era a Rebeca.
Mamãe ficou com um olhar estranho ,outro olhar que eu não conhecia, pensei que ela estivesse brava comigo então pedi desculpas, ela me segurou pelos ombros e me olhou com um olhar bravo, eu me assustei por não saber o que ela ia fazer, ela me disse que não era minha culpa.
Mandou-me ir brincar ,e quando voltei correndo mostrar um desenho pra ela ,vi minha mãe chorando,parou a porta e não entrei ,fiquei olhando ela com a mão no rosto, fiquei triste porque estava deixando a mamãe assim.
Ficar no carro sem ele estar andando era muito chato pra mim, mais mamãe pediu pra eu ficar com ela ate minha turma chegar, Rebeca não ligava de ficar sentada lendo seu livrinho de capa amarela, já era o segundo livrinho esta semana, eu ainda estava na metade do meu e tinha que ler com a mamãe ou com a professora especial.
Minha turma estava chegando, então eu queria sair do carro mais a mamãe não deixou me perguntei quem era a mãe do Tiago, eu mostrei apontando com uma régua que acabei quebrando logo depois.
Da sala eu estava olhando pela janela pra fazer tchau pra mamãe, foi quando vi segurando no braço da mãe do Tiago, ela falava olhando nos olhos da mulher, sacudia o braço dela, estava com jeito de brava ,minha professora foi correndo falar com elas , minha mãe saiu apontando o dedo pro rosto da mãe do Tiago com um gesto de ameaça.
Tive aulas com a professora que era medica e ela disse que eu sou muito inteligente, eu não gostava de minha inteligência, pra que ter essa inteligência se eu não aprendia ler ou escrever corretamente, tentar ler era como estar em um pais de outra língua, era frustrante chegava doer ser assim, pra piorar minha vida Rebeca estava se tornando cada dia mais brilhante, com isso eu me sentia a pessoa mais tapada do mundo.
Escrevi uma carta pra mamãe pra ela ficar feliz, mais ela ficou olhando a carta, percebi que ela não sabia ler minha letra, fiquei triste e com raiva dela, porque não sabia ler minha carta, era uma cartinha pequena.
Eu rasguei a carta com muita fúria, gritei que não queria mais saber de escola e que odiava todo mundo, ela me segurou tentando falar alguma coisa que eu já não estava mais ouvindo, de repente senti uma dor estava no meu peito, chorei ate ficar sem poder respirar, papai ficou falando comigo ate que a dor parou, Rebeca estava assustada abraçada com a mamãe, ela nunca tinha me visto chorar assim, nem mesmo eu sabia que eu tinha esta dor estranha que me deixava triste e brava ao mesmo tempo.
Mamãe se aproximou e estendeu a mão, era assim que ela me desculpava, eu a abracei e não disse nada, mais ela sabia que agora seria mais difícil, eu iria fazer sete anos e era mais madura que a maioria das crianças da minha idade, já estava percebendo que era diferente tudo seria mais difícil pra mim, eu teria que fazer muito esforço pra aprender o que era tão simples pra crianças da minha idade.
Eu era esperta, divertida, desenhava muito bem, tinha uma imaginação fantástica, minha memória era fotográfica, nunca se esquecia das pessoas que eu conhecia ou dos lugares que ia, quando eu contava um acontecimento da escola era como se eu estivesse lá descrevendo o ambiente, mais não conseguia ler e escrevia minha letra nem mesma eu entendia.
As coisas ficaram muito difíceis na escola, mamãe tinha me dito que minha irmã iria pra outra turma, mesmo antes dela disse que eu não iria passar de classe por ser assim, senti aquela dor no peito novamente e corri para o meu quarto, comecei a chorar foi quando mamãe entrou logo depois, mais não disse nada só me estendeu a mão, eu segurei em sua mão e chorei mais ainda, fiquei deitada no chão por muito tempo, eu me sentia doente estava cansada, mais não larguei a mão dela.
Depois deste dia eu não tinha tempo pra nada, tinha que estudar na escola e depois tinha as aulas especiais, eu chegava em casa e não tenha mais vontade de brincar estava cansada de tudo ,Rebeca lia historinhas de aventuras para mim ,ela gostava de ficar comigo mesmo eu não sendo esperta na escola como ela, muitas vezes ela me defendia quando eles diziam que eu era doente da cabeça, um dia eu prometi a ela que iria aprender ler bem e a escrever e iria escrever uma historia melhor que aquelas que ela lia pra mim, ela me deu beijos na testa do mesmo jeito que a mamãe dava.
O mês foi longo eu me esforcei como nunca, tentei ler e escrever ate me cansar.
Um dia mamãe estava na sala lendo eu entrei e abri um livro o qual eu nunca tinha ligo com ela, sentei ao seu lado e li uma frase inteira.
Ela parou de ler e ficou olhando pra frente, depois se virou com lagrimas nos olhos, eu pedi desculpas por estava a fazendo chorar novamente, mais ela sorriu e disse que sabia que eu iria conseguir.
A noite quando papai chegou eu corri ler para ele , eu dei uma historinha de presente pra Rebeca mais ela ainda não entendia minha letra confusa.
Eu ia me desculpar mais mamãe não deixou, disse que a gente só deve se desculpar quando erra e eu estava tentando fazer as coisas certas.
Eu tive uma boa ideia para alegrar minha irmã, eu contava as historias e Rebeca escrevia em seu caderno de capinha dura, com flores vermelhas depois ela lia na classe de aula nova dela, e as amigas me achavam inteligente por saber tantas coisas com tantos detalhes.
Por isso eu não entendo porque e tão difícil aprender ler ou decorar o alfabeto se eu aprendo a fazer tanta coisa, ate mexer no computador do papai, eu sei fazer coisa que ate ele não sabe, nem tive aulas.
Quando olhei para sala onde mamãe ficava lendo, ela estava olhando para mim, eu sabia que seria difícil mais eu não tinha mais medo, pois ela acreditava em mim.

(ter dislexia ou outras limitações, não e burrice nem culpa da criança, não ser atentos a elas isso sim e burrice.).

(Regina Regis)


Biografia:

Este texto é administrado por: Hilza Regina Durei
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