Súplica:
Realmente não sei como começar um romance e por mais que minhas ecléticas leituras representem uma possível facilidade de expressão, meus sentimentos se confundem com uma verossímia fantasia e meus pensamentos não passam de diferentes imagens ordenadas para um determinado fim não esperado.
Se o romance é autobiográfico? Só sei que sua trama ainda não se faz presente em minha simples mente,porém, qual escritor à mendigar ideias numa noite de sexta-feira, saberei exatamente o que escrever na hora certa.
Na vida muitos fatos não podem ser evitados e poucos possivelmente consumados. Desejos, escolhas, prazeres, tudo de uma determinada forma pode se misturar. Essa confusão, leitor, diminuindo muito sua real extensão, se chama adolescência.
Pular tantos relatos para expor um clássico pensamento fundamentalista, pode parecer extremamente forçado. Porém, entre semelhanças e deduções, verdades são escolhidas para ocuparem lacunas abertas por mentiras. Arcaísmos não são apanágio de velhice, grandes parênteses filosóficos em uma incipiente narrativa não fundamentam uma falta de foco e confusões mentais sem lógica, podem finalmente dotar de uma lógica.
Antíteses e paradoxos formam um mundo cada vez mais desenvolvido, enquanto que respostas positivistas representam apenas a triste realidade de turbas pseudo sábias. Ao mesmo tempo que os amores diferentes são preciosos por serem diferentes, os mesmos são abomináveis por infantis mentes conservadoras.
Diferentemente de muitos outros autores, peço-te, Mente Conservadora, que leia esse romance até o final, já que argumentações sensatas devem se basear em conhecimentos específicos do "inimigo" considerado, mesmo que este não represente qualquer "ameaça".
Audaciosas premissas podem resumir o motivo da qual meu lápis se deita ao papel, qual Virgem se afaga em sua primeira noite. Dentre românticas considerações, chamo-te, Leitor, a seguir o curso de uma confusa e súbita narrativa, que de diferentes modos o irá proporcionar grandes infortúnios ou brilhantes amores.
Rio de Janeiro, 19 de Julho de 2013.
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