A dor, com seus acordes mil,
dominou meu triste ser.
A Esperança, única companheira, sumiu
para obrigar-me a cortar os pulsos querer.
Meu coração - velho nômade
vive seus desalentos.
Meu sangue - fiel andante,
entrega-se aos da vida detentos.
São abertas as feridas,
secas, molhadas, vividas.
São reais as despedidas,
tristes, solitárias, amigas.
Minha solidão - amorosa mãe,
ensina-me do amor as lições,
que aprendidas se decompõem,
em meras assertivas irmãs.
Deixarei essa vida,
como se deixa o tédio.
A Álvares entregarei essa lira,
meu último amor - Invejo-o.
São abertas as feridas,
secas, molhadas, vividas.
São reais as despedidas,
tristes, reais, amigas.
Como a última pétala da rosa,
meu sangue escorre.
A dor vil e temerosa
com seus beijos, me envolve.
Os olhos - janelas d'alma,
se fecham em prantos.
O Frio - amante dessa calma,
traz-me gozos tantos.
São abertas as feridas,
secas, molhadas, vividas.
São reais as despedidas,
tristes, solitárias, amigas.
São reais as certezas,
dessa vinda amor nenhum levarei,
apenas às pungentes tristezas
dessa solidão entregar-me-ei.
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