Que és?
Oh, força renovadora,
Que és?
Em pranto pergunto,
Que és?
Sei que em seus braços
altivos e fortes,
dá-se própria a consumação.
Sei que seu interior
recheado de torturas e alegrias,
divinas carícias
fazem vibrar em meu diapasão.
Sei que tu, quem sejas tu,
fazes crescer cada vez mais
e amofinar cada vez menos
meu triste coração,
sei também que antíteses nunca foram
e nunca hão de ser
as respostas do mundo.
De tudo sei.
De tudo não sei.
De tudo não quero saber.
Só sei que busco, procuro, comparo
e que consumo teu fato consumado,
para o desejar cada vez mais.
Que és?
Nobre sentimento,
Quem és? Que fazes?
Que desejas e não desejas?
Que procuras em meu coração
quando impõe a afirmação:
"Sei que no íntimo,
mais puro e abstrato,
sou esperado de antemão."?
Em questionamentos vazios,
paradoxos exímios,
sou apenas um contigo.
Quero...
Se ao menos possa desejar algo ,
que vosso fogo tão forte
responsável por tantas mortes,
seja também um comigo.
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