Os distúrbios alimentares, caracterizados como um dos grandes problemas da sociedade atual, podem ser definidos como alterações no padrão alimentar que causam vários prejuízos à saúde de um indivíduo. Essas disfunções possuem uma extensão que ultrapassa diversos motivos patológicos, podendo ser causadas por fatores metabólicos, psicológicos, culturais e sociais que juntos proporcionam esses tais problemas; dentre os principais pode-se citar: a bulimia nervosa, anorexia nervosa, obesidade e muitos outros.
A mídia atualmente desempenha um grande papel no processo informacional, porém a medida que a mesma representa um dos sinais da evolução humana, ela também representa um “perigo” aos seres que se deixam levar por ela. A mídia dita necessidades que não são reais, e também um padrão de beleza estritamente efêmero e muita das vezes inalcançável. Muitos adolescentes(um dos mais influenciados pela propaganda), na busca pelo corpo perfeito para se encaixar numa norma social, fazem uso de práticas que representam uma insatisfação física aguda e baixa autoestima. Olhando por um outro prisma, disfunções como obesidade, estão relacionadas também ao papel da propaganda ao mostrar produtos que prometem a felicidade tão esperada.
Slogans e marketing, configuram um novo problema social. Ao impregnar os seres com diversas propagandas, a mídia possui um maior controle sobre eles e uma maior facilidade para formar uma sociedade unidimensional. Padrões de beleza como magreza, causadora de problemas como anorexia e bulimia, são adotados somente por causa da omissão das fábricas que não acham favoráveis aos lucros a customização de roupas maiores; como a mídia pode ser considerada “escrava” dessas instituições, esta busca passar um paradigma de beleza que pareça natural para que os consumidores se adequem as roupas e não o contrário esperado. Propagandas que associam a busca da felicidade com o consumo alimentar, causadoras de doenças como a obesidade, buscam que o consumidor se habitue ou se vicie(caso dos refrigerantes em geral) a fazer uso de alimentos descontrolavelmente, para aumentar os lucros. Atualmente percebe-se o aumento da obesidade infantil, que pode ser justificado pela influência da propaganda até no processo de socialização, que busca formar uma identidade a esses indivíduos. Quando crianças, estas crescem ouvindo e assistindo uma proposta de felicidade não real, que as fazem querer consumir mais e mais.
Essa dominação é tão forte que muita das vezes os raros indivíduos que olham a propaganda de uma forma mais crítica e não acham verossímil o padrão de beleza dominante, são quase que “discriminados” pelos outros seguintes desse padrão, além disso os não-alienados pela mídia tendem a desenvolver outras disfunções, não alimentares, mas psicológica tais como depressão e baixa autoestima, por não se encaixarem nesse fato social.
Pode-se concluir que os transtornos alimentares são doenças psicológicas graves, que podem ser causadas por diversos fatores, dentre esses o papel da propaganda leva aos indivíduos acreditarem num padrão inexistente de beleza e em uma felicidade não real prometida pela mídia dentro dos alimentos. Percebe-se também a influência do marketing no processo de socialização, como sendo alienante e totalitária, formando uma sociedade unidimensional. Dentre todas as teses apresentadas, uma solução é esperada, a apresentação de um diálogo sobre isso via social, uma reflexão sobre o que realmente é a felicidade e como alcançá-la e a investigação da baixa autoestima e o aproveitamento desumano da propaganda afim de explorá-lo.
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