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Resumo: A riqueza feminina incompreendida pelas próprias mulheres as coloca ainda infantis diante dos homens |
De uma forma ou de outra, me identifico e compreendo as mulheres que encontro. Em maior ou menor intensidade já vivi, agi ou pensei do mesmo modo. Onde uma sofre a outras também sofrem, onde uma erra as outras também erram, onde uma encontra a liberdade verdadeira, as outras também encontram, e assim vem a autorrealização.
A psicologia feminina, por ordem da natureza, faz uma constituição diversa, com força peculiar e graça. São muitas as facetas que compõem cada mulher, além das exigências do meio externo que potencializam a ambiguidade, tornando-as um tema controverso, um mistério para os homens e para as próprias mulheres.
Filósofos como Aristóteles, Hipócrates, São Tomás e Santo Agostinho contribuíram para rebaixamento social da mulher ao inferir, cada um na sua época à condição de inferior da mulher pelo tamanho dos músculos, pela incapacidade de raciocínio e até pela falta de alma Tudo isso sem falar da origem bizarra a partir de uma costela. Como se não bastasse a condição histórica de inferiorização, Adão se delicia com a maçã juntamente com Eva, mas ela carrega a culpa milenar. Mesmo relativizando o mito de origem, porque é sabido que a Bíblia e dois mil anos de história foram, até o momento, escritos por homens, o estigma de culpa prevalece no inconsciente coletivo e se desloca para situações atuais. A exemplo disso, as mulheres que trabalham fora se culpam por não estar com os filhos.
A riqueza feminina incompreendida pelas próprias mulheres as coloca ainda infantis diante dos homens, sem respostas para as infames acusações. Muitas acreditam ainda que a razão de suas vidas seja apenas em função da família, de alguns homens, ou de um só. Estas não confiam na própria força ou não encontraram a sua alma, foram educadas para depender psicologicamente. O resultado é frustração e insegurança veladas, passada de mãe para filha por gerações.
Qual a visão da mulher hoje? Se ainda há tantos resquícios de comportamento, conforme determinação da igreja no período medieval, quando foram determinadas regras de convivência entre os sexos? Até quando os homens comandarão a sociedade em espaços públicos e as mulheres no plano da submissão doméstica? Ainda que nos espaços profissionais haja uma presença equilibrada, a cultura vigente precisa evoluir muito.
O mundo mudou, mas o lugar subjetivo que é dado a cada mulher ainda não mudou dentro das sociedades, das empresas, das famílias e das religiões. A começar pelas próprias mulheres e pela educação feminina. Por séculos, se impõe os mesmos modos e obrigações que as suas mães tiveram, repete-se o padrão sem compreender que, antes de haver um sexo (feminino ou masculino), existe um ser de inteligência. E inteligência não tem sexo!
Psicóloga Arlete Salante
CRP 07/22612
www.arletesalantepsicologia.com.br
arletesalante@gmail.com
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Biografia: Vivo o poder transformador da Psicologia na vida das pessoas promovendo o desenvolvimento humano. Fui viver em Brasília (DF), em 2001, e lá fiquei por 14 anos, deixando de ser apenas gaúcha para me tornar brasileira. No contato diário com pessoas de todos os estados, além de muitos estrangeiros, alarguei minha cultura, ampliei e enriqueci minha visão de Brasil, de mundo, de sociedade, de Psicologia, de economia, da política, e do funcionamento dos meios de comunicação de massa.
Fui consultora da FGV (RJ) atuando com profissionais de diversos órgãos do Governo Federal e, com o olhar da Psicologia, enxerguei o Brasil por dentro, além das aparências e cargos. Aprendi muito, me capacitei como profissional na experiência prática de longas jornadas de trabalho, sempre embasada por estudo contínuo, especializações e cursos.
Abri meu Consultório de Psicologia que se tornou a Espaço Clínico, uma clínica de Psicologia com equipe de psicólogas especializadas em atendimento clínico. Assim, tive minha experiência de gestora, dividindo meu tempo entre psicoterapia, eventos da clínica, liderar a equipe e administrar o meu negócio que, por sucesso, foi vendido.
Era hora de mudar e, em 2010, fui trabalhar na Câmara dos Deputados para o desenvolvimento humano por meio de projetos nacionais relevantes aos brasileiros, como o Marco Legal da Primeira Infância e a política sobre drogas. Trabalhei com líderes políticos e aprendi na prática a psicologia da liderança em ação.
Em 2014, retornei ao RS, transferi parte das minhas atribuições, intensifiquei novamente minha atuação como Psicoterapeuta e Consultora. Tornei-me docente de graduação e de pós-graduação. Assino uma coluna semanal no jornal local, chamada de Psicologia na Prática, que mantive por dois anos. Hoje, sou coautora em três livros de publicação nacional.
Ministro palestras e cursos, atuo em consultoria empresarial, grupos de mulheres e sou doutoranda em Psicologia. Pesquiso a subjetividade feminina a partir da Psicanálise de Gênero, recentemente desenvolvida na Argentina, o que permite novos e libertadores olhares para a condição psicológica das mulheres. Você encontra mais sobre meu trabalho e publicações no site: www.arletesalantepsicologia.com.br
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