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Quem são as mulheres que apoiam outras mulheres? |
arletesalante@gmail.com |
Resumo: A união e o verdadeiro apoio estende-se para aquelas que igualmente querem crescer. |
Não é nenhuma novidade que a cultura machista é reproduzida entre as mulheres com jogos de competição, agressividade e hostilidade entre si.
Umas tentam cortar as asas das outras que voam, de forma explícita ou velada. As críticas destrutivas e condenatórias evidenciam a tendência de caráter à inveja, raramente reconhecida.
Onde seria oportunidade de inspiração com aquelas mulheres que evoluem, existe a necessidade absurda de comparar-se, colocar-se superior por meio das desqualificações, encobrindo as próprias dificuldades existenciais em máscaras julgadoras. Como se o brilho de umas ofuscassem as outras. O reflexo é visível também no mercado de trabalho.
No “palco” do mundo profissional e político se vê reconhecimentos justos e injustos, assim como nas indicações para cargos e vagas, que mostram a dificuldade das mulheres apoiarem outras mulheres. O apoio de elogios na frente e críticas por trás compõe as puxadas de tapete que todas sofrem. Da mesma forma, nos elogios e reconhecimentos no discurso, mas sem valorização econômica, permanece evidente a cultura do patriarcado.
A cultura machista é vivida por ambos os sexos em diversos ambientes, a começar pela família, berço da educação para o patriarcado. As mulheres são metade vítimas, metade cúmplices - diz o filósofo existencialista Sartre. Concordo plenamente com ele, uma vez que sempre esteve a cargo das mulheres educar os filhos e grande parte os educou de modo machista.
O modo de viver entre as mulheres precisa ser compreendido com humildade e honestidade, sob pena de continuarmos por mais tempo nas estatísticas de desigualdades sociais, econômicas e profissionais, sem falar dos alarmantes números de violências físicas ou verbais, estupros e feminicídios.
Além da cultura machista, há aspectos psicológicos a serem compreendidos quando as outras são sempre colocadas no lugar de rivais e não de aliadas. Marcas da constituição psicológica inicial, nas relações com a matriz materna e familiar podem ser a origem da desunião entre as mulheres. Questões a serem trabalhadas em psicoterapia em relação à mãe, às irmãs, às tias, às avós etc.
Apoiar o crescimento das outras não irá impedir o seu. No entanto, não apoiar o crescimento das outras revela suas próprias frustrações, que se projetam numa oposição gratuita, que mantém o comodismo e até um vitimismo (ainda que inconsciente).
A verdadeira contribuição das mulheres ao planeta ainda não aconteceu - diz o criador da Ontopsicologia, Antonio Meneghetti, na obra “Feminilidade como Sexo, Poder e Graça” (2013). Para o autor, mulheres e homens são de igual importância e a humanidade precisa da contribuição feminina. Portanto, as mulheres apoiarem mulheres não é ideologia de esquerda ou direita, mas uma necessidade planetária, que depende do amadurecimento psicológico de mulheres e homens.
Quem são as mulheres que apoiam outras mulheres? Certamente as que estão buscando sua evolução, que olharam para dentro e compreenderam que sua maior inimiga reside dentro de si, pois fora se fortalecem unindo-se com as outras que também optaram por evoluir.
Sem ingenuidades! A união e o verdadeiro apoio estende-se para aquelas que igualmente querem crescer. A parcela que permanece fazendo os triviais jogos e competições vazias está contra si e contra todas as outras. Para sair desta autossabotagem, é preciso o amadurecimento psicológico, um processo de individuação que acontece por um desejo consciente de autoconhecimento, fazendo cair as diversas máscaras que se construíram na psique feminina.
Psicóloga Arlete Salante
CRP 07/22612
www.arletesalantepsicologia.com.br
arletesalante@gmail.com
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Biografia: Vivo o poder transformador da Psicologia na vida das pessoas promovendo o desenvolvimento humano. Fui viver em Brasília (DF), em 2001, e lá fiquei por 14 anos, deixando de ser apenas gaúcha para me tornar brasileira. No contato diário com pessoas de todos os estados, além de muitos estrangeiros, alarguei minha cultura, ampliei e enriqueci minha visão de Brasil, de mundo, de sociedade, de Psicologia, de economia, da política, e do funcionamento dos meios de comunicação de massa.
Fui consultora da FGV (RJ) atuando com profissionais de diversos órgãos do Governo Federal e, com o olhar da Psicologia, enxerguei o Brasil por dentro, além das aparências e cargos. Aprendi muito, me capacitei como profissional na experiência prática de longas jornadas de trabalho, sempre embasada por estudo contínuo, especializações e cursos.
Abri meu Consultório de Psicologia que se tornou a Espaço Clínico, uma clínica de Psicologia com equipe de psicólogas especializadas em atendimento clínico. Assim, tive minha experiência de gestora, dividindo meu tempo entre psicoterapia, eventos da clínica, liderar a equipe e administrar o meu negócio que, por sucesso, foi vendido.
Era hora de mudar e, em 2010, fui trabalhar na Câmara dos Deputados para o desenvolvimento humano por meio de projetos nacionais relevantes aos brasileiros, como o Marco Legal da Primeira Infância e a política sobre drogas. Trabalhei com líderes políticos e aprendi na prática a psicologia da liderança em ação.
Em 2014, retornei ao RS, transferi parte das minhas atribuições, intensifiquei novamente minha atuação como Psicoterapeuta e Consultora. Tornei-me docente de graduação e de pós-graduação. Assino uma coluna semanal no jornal local, chamada de Psicologia na Prática, que mantive por dois anos. Hoje, sou coautora em três livros de publicação nacional.
Ministro palestras e cursos, atuo em consultoria empresarial, grupos de mulheres e sou doutoranda em Psicologia. Pesquiso a subjetividade feminina a partir da Psicanálise de Gênero, recentemente desenvolvida na Argentina, o que permite novos e libertadores olhares para a condição psicológica das mulheres. Você encontra mais sobre meu trabalho e publicações no site: www.arletesalantepsicologia.com.br
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