285 milhões de pessoas são deficientes visuais no mundo, segundo a World Health Organization, 90% delas vivem em países em desenvolvimento. No Brasil, 35 milhões de pessoas possuem algum tipo de dificuldade para enxergar, mesmo com óculos ou lentes de contato, o que equivale a dizer que 18,8 % da população brasileira possui algum tipo de déficit visual. Desse total, 6,5 milhões de pessoas apresentaram deficiência visual severa e enfrentam uma série de dificuldades no seu dia a dia.
Com tratamento precoce, atendimento educacional adequado, programas e serviços especializados, a perda da visão não significa o fim de uma vida independente e produtiva. Porém, praticamente nenhuma escola pública no Brasil ou em outros países em desenvolvimento, tem hoje condições pedagógicas, tecnológicas ou econômicas de incluir de forma efetiva em seu ensino, alunos com deficiência visual. A exclusão de crianças e jovens cegos ou com baixa visão é resultado de uma série de fatores, dois deles são o altíssimo custo de soluções tecnológicas tradicionais e a falta de material apropriado de capacitação. Os softwares tipicamente usados para a leitura ou ampliação de tela, chegam a custar até R$4500 por uma única cópia.
Foi pensando nessa difícil realidade que Fernando Botelho, deficiente visual há 25 anos, criou o F123. O objetivo desse negócio de impacto social é permitir o acesso à educação, criando oportunidades de emprego para pessoas cegas ou com deficiência visual por meio de tecnologias assistidas de baixo custo e fáceis de utilizar. Seu principal produto, o software F123, é um software inovador, de baixo custo e alta eficiência, que permite que o usuário navegue na internet, trabalhe com documentos e planilhas eletrônicas, envie e-mails e mensagens instantâneas em qualquer computador. O software F123 inclui seu próprio sistema operacional, aplicativos, leitor de tela e ampliador de tela.
O principal diferencial competitivo desse produto é o preço, pois chega a ser 10 vezes mais acessível do que os outros disponíveis no mercado. Essa acessibilidade resultou em mais de 2000 licenças vendidas para indivíduos, fundações, ONGs que trabalham com deficientes visuais. Além disso, seu produto já está sendo utilizado em mais de 20 países.
No Brasil, a F123 foi a solução para um problema demandado por uma parcela da população, entretanto, as oportunidades de empreendedorismo nesse segmento ainda estão em expansão. É preciso estar de olhos abertos, pois nunca se sabe de onde virá o próximo grande salto.
Mas afinal, o que são negócios de impacto social? São negócios que buscam associar lucro financeiro com o impacto social positivo, ou seja, possuem em sua genética a preocupação com a população de baixa renda. Além disso, os negócios de impacto devem possuir potencial de escala.
A Artemisia é, no Brasil, a principal articuladora de negócios de impacto social, a ONG oferece aceleração para projetos que busquem atender de forma eficiente os negócios de impacto social. A disseminação do conceito de negócios de impacto social é realizada por meio do Movimento CHOICE, criado pela Artemisia para engajar universitários dispostos a mudar o mundo. O CHOICE já impactou mais de 50 mil universitários e formou 527 embaixadores.
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