Em um mundo que se diz globalizado e “marcado” pelo avanço da “iluminada internet”, dois bilhões de pessoas ainda vivem sem energia elétrica. Pressionar um interruptor pode parecer simples para aqueles que vivem em países desenvolvidos, mas ainda é um sonho para essas pessoas que vivem em países em desenvolvimento. 90% dessas pessoas ainda utilizam querosene, em lampiões como esse. Além disso, o querosene é caro, ineficiente, poluente e prejudicial à saúde. Isso significa dizer que pela mesma quantidade de luz emitida por um lampião, pagamos mais barato pelo mesmo “benefício”. Além, é claro, de emitir gases tóxicos para o meio ambiente e prejudicar a saúde.
A falta de energia elétrica dificulta a vida daqueles que precisam estudar a noite, trabalhar ou simplesmente fazer seus afazeres domésticos. Isso tem impacto direto na educação e também na geração de renda de famílias de baixa renda, que não conseguem utilizar e desenvolver todo o seu potencial. Existem novas soluções energéticas sendo desenvolvidas no mundo, mas ainda são caras e inacessíveis para vários países em desenvolvimento.
Foi pensando nesse contexto que, em 2008, um equipe de 3 empreendedores multidisciplinar fundou a Nuru Energy, com apoio do Banco Mundial. O produto desenvolvido foi uma lâmpada LED modular, portátil e recarregável, juntamente com o Power Cycle, carregador movido a pedal das lâmpadas. Tudo é desenhado para ser extremamente acessível. O modelo de negócio dessa empresa está baseado na distribuição por “village level entrepreneurs”, empreendedores locais que vendem e recarregam o produto, aumentando também a sua renda. Cada empreendedor local, se afilia a uma rede de empreendedores Nuru, e recebe a Power Cycle em regime de consignação.
Seu brilho é muito maior do que as lâmpadas de querosene e ela permite ser acoplada em outras unidades, podendo iluminar um cômodo inteiro, ou ser utilizada individualmente acoplada a cabeça, ou colocada em um suporte como uma garrafa de água. Tudo isso, pensado na melhor forma de utilização para o usuário. Cada recarga de uma Nurulight demora até 20 minutos e dura em torno de 1 a 2 semanas.
Com a Nuru Light, as famílias reduzem em até 85% seus gastos com iluminação. O acesso à iluminação segura e eficiente tem impacto direto na saúde, educação e geração de renda tanto dos clientes finais como dos empreendedores que vendem a Nuru Light. Desde 2008, a empresa já abriu 3 escritórios e aumentou sua rede de empreendedores locais de 10 para 10 mil. O objetivo é vender 1,8 milhões de lâmpadas até 2016.
No Brasil, a demanda por energia elétrica não chega a ser tão grande, mas algumas poucas regiões rurais ainda vivem com a utilização do querosene. É preciso estar de olhos abertos, pois nunca se sabe de onde virá o próximo grande salto.
Mas afinal, o que são negócios de impacto social? São negócios que buscam associar lucro financeiro com o impacto social positivo, ou seja, possuem em sua genética a preocupação com a população de baixa renda. Além disso, os negócios de impacto devem possuir potencial de escala.
A Artemisia é, no Brasil, a principal articuladora de negócios de impacto social, a ONG oferece aceleração para projetos que busquem atender de forma eficiente os negócios de impacto social. A disseminação do conceito de negócios de impacto social é realizada por meio do Movimento CHOICE, criado pela Artemisia para engajar universitários dispostos a mudar o mundo. O CHOICE já impactou mais de 50 mil universitários e formou 527 embaixadores.
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