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Malama Daela
(codinome Tássia Xandu)
Geraldo de Lima

Malama Daela é a típica mulher que se acha fina, porém adota constantemente o comportamento digo vulgar. Inteligência limitada, acredita que o “charme” é uma arma utilíssima para atingir os seus objetivos. No trabalho, por exemplo, não mede esforços para bajular os em altos postos, a fim de se auto-promover. Muitas vezes, sua atitude acaba sendo contraproducente, pois os mesmos a quem adula, por vezes, se sentem cheios de sua impertinência e voltam-se contra a sua falta de escrúpulos.

Gostando de chamar a atenção dos homens, se veste de melancia. Quando na praia ou na piscina, acha bonito mostrar todas as suas vergonhas, o que não deixa de ser um paradoxo, já que ao que tudo indica, não possui vergonha alguma. Não contente com isso, fala alto e bebe até não poder mais. É claro, que em seu cérebro tamanho ervilha, imagina estar no controle e que a bebida não a domina, pois sabe quando parar... Entretanto, não para nunca.

Achando-se irresistível, pensa que todos os homens sempre estarão aos seus pés. Solteiros, viúvos, divorciados, separados, enrolados e... casados! Devoradora que é, não há exceções... Acredita não ter nada a perder e vai à caça. Certa feita, encasquetou com o marido de uma conhecida. Militar, um de seus fetiches. Dissimulada, fingiu ser amiga da esposa, com o pretexto de frequentar sua casa com constância. Não demorou muito e passou a dar festas de arromba, nas quais desfilava para lá e para cá, em trajes sumários e a exalar todos os seus feromônios. Seu objetivo era envolver os incautos, especialmente a presa que desejava. Como uma cobra carnuda e voraz, armou o bote e a vítima não escapou. Pronto! Estava feito.

Por alguns meses, a trama ainda ficou encoberta. A sujeira estava toda debaixo do tapete, por assim dizer. Mas, como não há mal que nunca venha a ser descoberto no tempo devido, o assunto acabou por vir à tona e o pior aconteceu. Depois de anos de casamento, a família foi desfeita e o soldado foi atrás de Malama Daela, assim como um novilho vai para o abate.

Não satisfeita com isso, Malama Daela passou a interpretar dois novos papéis, acrescentados à sua já longa lista teatral: o da mulher realizada e o da coitadinha. A “realizada” seria aquela que gostava de cantar aos quatro ventos que era muito bom estar amando, que a vida andava às mil maravilhas, como se o universo quisesse realmente saber. Já a “coitadinha” confrontava-se com a necessidade constante de inverter os papéis, isto é, agora “ela” era a “esposa” e a ex-esposa seria “a outra”, se é que vocês me entendem. Na verdade, especialistas em comportamento talvez dissessem que a atitude de Malama Daela caracterizaria uma interminável crise de insegurança diante do medo (sim, até mesmo pavor!) de que após passada a novidade, a presa se desvencilhasse de suas garras e por fim retornasse ao convívio do seio familiar.

Justamente por sua incapacidade de se garantir, Malama Daela passou a investir contra a ex-esposa. Armou ciladas e armadilhas, que com o tempo, se mostraram totalmente ineficazes. Por essa razão, sem idéia melhor a executar, passou à agressão verbal, o que comprovou mais uma tese a seu respeito: Malama Daela é infantil. Sim, uma criança mimada e egoísta que quer tudo o que o outro tem. Invade espaços, desrespeita limites e exige que o universo a compreenda.

O mais triste de tudo isso é que Malama Daela nem se apercebe que está cavando a própria cova. Alimenta monstros e convive com eles como se fossem bichinhos de estimação. No tempo devido, porém, acontece o inevitável: os monstros crescem e acabam devorando quem tanto deles cuidou. Quando isso ocorrer, Malama “já era”...


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