Tenho caminhado através dos dias,
buscando estabelecer
datas e horas para um recomeço.
Nada muda.
Altera-se o calendário,
passam-se o tempo e eu mesmo,
e atado prossigo aos mesmos costumes
de insanidade consciente.
Tenho medo do tempo,
mas não não tenho medo de mim,
pois sempre encontro meios
que justifiquem as ações que tracejo por esse percurso.
Quão tolo que sou!
Escrevo para colocar os pensamentos em ordem,
mas desordenado ao extremo,
lanço os escritos que faço
ao poço do esquecimento.
Poço para o qual muitas vezes,
eu mesmo me sinto condenado...
E sigo alvejando o tempo,
açoitando o vento, atingindo o nada...
Será que desta vez será diferente?
Oh! Homem imprestável que cede à dúvida covarde e cruel!
Não tomará afinal um rumo pra si?...
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