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Em algum lugar desse mundo, tão imenso e tão profundo, há de existir alguém que neste exato momento precisa de um abraço, de uma palavra de acalento, ou simplesmente de um sorriso para não ver passar o tempo, pois o mundo é para todos, mas a felicidade não. Seria viver com perfeição se todos que habitam este mundo sem nenhuma distinção, pudessem ser felizes coletivamente, mas não é assim, infelizmente.
Enquanto eu aqui estou, feliz por me dedicar a esta escrita, existe alguém que não sabe escrever, pois a carência na educação grita. E nas noites de desabafo em que as lágrimas insistem em minha face percorrer, existe alguém que sorrir apenas por viver. Humildes pessoas desprovidas de conhecimentos, privadas de seus direitos, hostilizadas por preconceitos, enquanto outras elevadas culturalmente tratadas com tanto respeito.
Existem seres que dão a luz suscitando o milagre do nascimento, enquanto outros debruçados sobre um caixão choram a morte num copioso sofrimento, ou até aqueles que abandonam seus frutos ao relento. Portanto o mundo é para todos, mas a felicidade não.
E como não se lembrar dos enfermos, alguns apenas acomodados em camas de hospitais, outros simplesmente jogados tratados como animais, ambos padecendo em um único sofrimento neste mundo turbulento.
Ainda existem aqueles pobres infaustos, que nascem sem destino, crescem sem futuro e morrem sem passado, colidindo com os opulentos que nascem tão seguros, tornam-se possantes e eternamente são lembrados. E os pobres famélicos sentindo queimar o próprio abdome, enquanto abastados tem tudo aos seus pés, condignos a um sobrenome.
Engana-se ao pensar que este é apenas um perfil pertencente a um país capitalista chamado Brasil, trata-se de uma realidade desigual representada por toda humanidade, tornando-se um único chão, emitindo a certeza que “O mundo é para todos, mas a Felicidade não”.
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