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Foi numa tarde ensolarada que de suas raízes ela foi arrancada, especificamente no final da tarde, caminhando rumo a um lugar distante, se tornaria naquele dia uma eterna viajante.
Logo é chegada a noite, com um destino irresoluto, contava cada minuto e da janela do ônibus avistava alguma claridade, seu coração tomado por uma intensa ansiedade, pelo momento em que pisaria naquela grande cidade, com a certeza de um destino marcado pela felicidade, pois possuía em seu coração a grandeza da simplicidade.
Possuía na alma a pureza da inocência e uma imensa paciência, mas seria obrigada a crescer, cortando alguns laços aprendendo a viver, construindo sua existência e com sua inteligência superar as diferenças.
Exatamente naquele lugar onde por força do destino ela foi parar, aprendeu a distinguir entre amar e ganhar, a conviver e agradecer a quem teve a solidariedade de um dia a acolher.
Aprendeu que quando se enterra um amor mesmo sem querer se faz nascer um rancor, e que por onde passam as águas ficam rastros de mágoas. Aprendeu a comer frio e engolir seco, mas nunca perder o respeito, apanhar permanecendo de pé, e mesmo sendo surrada jamais perder a fé. Descobriu que a mesma mão que venha a ajudar, pode um dia te derrubar.
O que ela estava fazendo ali? Não sabia, na verdade nem sabia se estar ali era o que ela realmente queria. Mas fazia de tudo uma fantasia, o que ela não sabia eram as marcas que eternamente levaria.
É bem verdade que carinho não lhe faltou, mas é certo que quem deveria não lhe amou, e dia após dia enfim o tempo passou. Em sua memória os momentos estão presentes, todos... Dos mais tristes aos mais contentes, não importa se são antigos ou recentes, apenas sabe que os tempos de outrora marcaram eternamente sua história.
Momentos em que ela caminhou por várias estradas em um único tempo, perdendo-se nas promessas fáceis de pérfidos sentimentos, mas em cada passos errôneos dados por seus pés, sua vida era tomada por um novo revés.
Dificuldades não lhe faltaram, ao contrário, faziam parte do seu cotidiano, tornaram-se desenganos todos os seus planos. De alguma forma aquilo lhe faria algum bem, pois apesar do vaivém, ela ainda seria alguém, e todos os sofrimentos apenas antecediam o seu amadurecimento.
Sentiu-se obrigada a entregar-se as perfídias da vida, onde a sua inocência simplesmente foi perdida, e não se deu por vencida, mas ela sabia que o seu corpo poderia sair ileso, mas a sua alma estaria eternamente ferida!
Sua essência era transmitida explicitamente, fazendo-a cruzar com seres diferentes, percorrendo inúmeros caminhos, pisando em vários chãos e conhecendo algumas mãos, mas permanecia sozinho o seu coração. No princípio o silêncio a acompanhava, pois não tinha muito para contar, logo mais as palavras foram criadas, para não ver o tempo passar.
Lágrimas passearam por sua face, muitas vezes implícitas por um disfarce, onde quem desfrutara da sua companhia, simplesmente não percebia, e para ela não passava de mais um dia em sua vida vazia.
Sonhando com o dia em que se libertará, e assim estará como um pássaro a voar, com o coração livre para amar, pisando onde seus pés enfim possam alcançar, ela é valente e vai além do que pode ir, pois com muita luta chegou até aqui, e em nenhum momento pensou em desistir, com perseverança e humildade ela vai sentir no coração, quando findar a sua missão e enfim o seu destino se cumprir, substituindo a ansiedade pela felicidade. Mas enquanto isto não venha a acontecer, ela pode simplesmente dizer que ainda está aprendendo a viver!
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