Resumo: Quando discutimos a ação dos governos, seja na esfera municipal, estadual ou federal, logo nos vem em mente as políticas relacionadas aos problemas que dizem respeito à nossa sobrevivência ou ao nosso bem-estar. Emprego, renda, educação, habitação e saúde são condições necessárias para cada indivíduo e deveria ser prioridade para a ação política de nossos governantes. |
Quando discutimos a ação dos governos, seja na esfera municipal, estadual ou federal, logo nos vem em mente as políticas relacionadas aos problemas que dizem respeito à nossa sobrevivência ou ao nosso bem-estar. Emprego, renda, educação, habitação e saúde são condições necessárias para cada indivíduo e deveria ser prioridade para a ação política de nossos governantes. No entanto, é preciso relacionar que as necessidades da sociedade são saciadas pela geração de bens, os quais demandam uma intervenção sobre os recursos naturais, ou seja, tudo aquilo na natureza que pode ser utilizado e que sofre alguma alteração pela ação do homem. Sabemos que a sociedade não pode prescindir do uso dos recursos para sua sobrevivência, mas é igualmente necessária a conservação e preservação do meio ambiente, especialmente que se mantenha a possibilidade deste continuar mantendo a vida na Terra.
A utilização dos recursos naturais pela sociedade é necessária, no entanto, a política ou os políticos e também todos nós devemos nos basear no uso planejado dos recursos naturais. Ou seja, se cada ser humano exige para si um consumo em recursos que gera pressão sobre os ecossistemas e o meio ambiente, torna-se fundamental que haja uma racionalização do uso dos recursos; pois mesmo que se classifiquem os recursos em renováveis e não-renováveis, alguns deles considerados renováveis já deixaram de existir. Como exemplo, podemos dizer que uma grande quantidade de espécies animais e vegetais já desapareceram da face da Terra por intermédio das ações humanas e que a cada ano se contabiliza o desaparecimento ou extinção de outras espécies.
Evidentemente que a necessidade de planejar o uso dos recursos está na pauta das políticas de governo, no entanto, grande parte das políticas direcionadas ao meio ambiente não são efetivadas por conta das práticas que permanecem na nossa sociedade. No sertão semi-árido do Nordeste do Brasil, as queimadas para “limpar” a terra das capoeiras ou do “mato” degradam e levam grande parte do solo, tornando-o mais raso do que é. Essas práticas herdadas da cultura indígena é hoje uma ação extensiva, quando na época dos indígenas eram itinerantes; ou seja, a maior parte dos nossos índios não se fixava ou quando permaneciam em um local faziam a rotação das áreas de produção e conseqüentemente permitiam a regeneração dos solos.
A ação do fogo sobre o ecossistema de caatinga é muito nociva, uma vez que são eliminados microorganismos e animais que nele vivem; sendo responsáveis diretamente pelas trocas de energia e matéria nos ecossistemas e pelo enriquecimento do solo em condições de produtividade. Além disso, são queimadas sementes de espécies características da caatinga e que vem desaparecendo dessa região. Outra ação do fogo é a redução dos processos de oxidação e transformação de nutrientes no solo. Todos esses processos naturais são fundamentais para que os solos continuem mantendo sua capacidade produtiva e torna possível a vida na Terra.
A ação destrutiva das queimadas no Sertão semi-árido e na caatinga aumenta ainda mais o grau de degradação dos solos e a aceleração da desertificação – problema ecológico extremamente sério que compromete a produtividade dos ecossistemas. Se não forem tomadas medidas urgentes para o combate a tal processo de degradação, o futuro se mostra sombrio, sem ser pessimista; mas porque exemplos não faltam para esse problema que atinge as terras semi-áridas e sub-úmidas e que representam aproximadamente 1/3 das terras aráveis do mundo.
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