Ah! não sair jamais sem asas.
Não podia.
Algo de flor nascia
e por graus etérea
num coração aberto se fazia.
E anjos dos planos rupa,
distante, na noite, via-se,
tomando conta dela,
aproveitando o momento com ela,
tecendo dentro dela o sagrado.
Ela terá o mistério do sagrado
e a face adornada por brilhos,
que teus olhos
- suave distração dos meus -
cerrados em gozo de paz,
desejarão beijar, beijar, beijar...
E isso de tocar com olhos tristes
o que teu coração ama tanto,
talvez te leve inteiro a perseguir
a pureza integral do teu ser.
E isso é tão grande,
que talvez te leve a querer,
num voo adorável dividir o céu.
E isso talvez nos salve.
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