Aconteceu de numa manhã com perfume de amor,
eu admirar as cores de um caleidoscópio do mundo,
feito com pérolas e gemas preciosas
ao invés de pedaços de vidro multicolorido,
e sentir-me imaginária, poética e equilibrada.
Havia música por todo o lado.
Aconteceu de num alvorecer alegre,
sentindo um sol interno tão aceso,
eu ver um broto bebê abrir-se em flor,
e obedecendo uma voz majestosa,
assumir a cor quente e colérica rosa
que um dia tingiu o manto vermelho dos culpados.
Havia música por todo o lado.
Aconteceu de num despertar suave,
eu acordar do seu lado e fitar
nuvens de cinza-branco
e o céu em um brilho azulado,
e ter a impressão de que a luz do sol era amarela,
quando, na verdade, ela é branca.
Aves canoras gorjeavam poesia,
pousadas na janela.
E aconteceu de num eterno amanhecer por dentro,
eu não ouvir cantares, piares, nem hinos,
somente um cicio tranquilo, suave e celeste,
e me sentir contemplando a infinitude do universo.
A luz branca entrava no território terrestre.
E eu me apaixonei pelo Sol.
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