E veio a flor,
despida dos fios de sóis.
Ah, que ternuríssima beleza!
E veio o orvalho,
palpitando em desejos íntimos.
Que linda noite!
Aberta a blusa,
pediu licença para a encharcar.
E veio o poeta.
Sua mão na flor.
Sua mão na folha.
O orvalho a cair.
E seu olhar mesmo assim triste.
Entrega-te, inspiração,
antes que ele a colha.
|