Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
Novas Lembranças - Parte 5
Filhos; Ética; Dia a dia com poesia (a realidade é dura); Notas Biográficas; Mudanças;
Helena Mafra

Resumo:
Quinta parte do livro "Novas Lembranças"

FILHOS
Algum poeta disse um dia: “ Filhos? É melhor não tê-los... Se os temos, devemos amá-los para sempre...” É mais ou menos isto. Não me lembro do poema na íntegra. Os pais se esforçam, muitas vezes, mais do que podem, dão seu sangue por eles, para vê-los bem, numa ilusão imensa. A responsabilidade de ser pai ou mãe é demasiada séria e grande. Cria-se uma ilusão na mente dos pais, que se cobram, a todo momento e continuamente, a responsabilidade de tudo que acontece aos amados filhos, no correr de toda a vida. Muita gente diria que este sentimento dos pais não é totalmente correto, pois se achar no direito e no dever de controlar tudo e todos é simplesmente impossível, até irreal. Não deixa de ser um domínio que se exerce ou se tenta exercer sobre os filhos e que muitas vezes os pais se enganam, pensando que conseguirão. Não deixa de ser uma onipotência ou prepotência, traduzidas como orgulho ou falta de humildade, por uma falsa segurança, diante da certeza de que estão fazendo o estritamente correto, o que devem fazer pelos filhos. Ledo engano! Não criamos os filhos para serem nossas propriedades e feitos à nossa imagem e semelhança, quando nos julgamos corretíssimos, irrepreensíveis, os poderosos, quase divinos... A perfeição do ser humano é apenas no âmbito biológico, perfeição da natureza; perfeição de conduta, perfeição mental, de caráter, de personalidade, de sentimentos, do emocional, etc.,questionável, impossível. O ser humano é frágil desses conteúdos. Não viemos prontos ao mundo e nunca estaremos prontos, perfeitos. Digo mais: de tudo que se apreende ao viver, cada um tira o suco que lhe aprouver, faz suas escolhas, o que as religiões chamam de livre arbítrio, às vezes por repetição dogmática apenas, sem se aprofundarem na essência destas duas palavrinhas desgastadas por esta superficialidade. Vemos, constantemente, a prova disto quando uma pessoa se desvia desta falsidade dos pais de se convencerem de que acertaram sempre, com perfeição, e os filhos seguem outro caminho diferente daquele que traçaram e queriam para eles. Já cansei de ouvir que os dedos da própria mão não são iguais. Não há filhos iguais, nem os gêmeos idênticos biologicamente. Ser diferente não é ser pior ou melhor... Cada indivíduo é diferente de outro. Cada ser humano tem seu caminho a seguir, de certa forma escolhido por si mesmo, consciente ou inconscientemente. Pedras no caminho sempre iremos encontrar, para serem transpostas ou desviadas, desanuviando, aliviando nosso caminhar. Nem sempre conseguimos esta façanha difícil, penosa, mas temos que ir em frente. Desistir, jamais! O tempo urge, a vida passa e temos que ser céleres, cautelosos, obstinados, constantes e, o mais possível, coerentes com nossa determinação de ideal ou de nossos sonhos. Enfim, apesar de toda influência do mundo que nos cerca e onde vivemos, temos um caminho a seguir, cada um o seu que é único. O meu caminho é somente o meu caminho. Não é o de meus pais, nem o de meus irmãos. Mesmo com todas as influências do mundo, mesmo que valorize totalmente a educação que recebi, o meu caminho é só meu; não há repetição; é único, como sou única.
Cada filho, se os temos muitos, reage diferente diante do que lhe tentamos passar durante a vida juntos. Para alguns, se os protegemos, tomam como super proteção e não caminham bem durante a jornada; para uns e outros, se firmam com este manto de proteção e vão em frente firmes e fortes. Para os pais não podemos é ter a pretensão de moldá-los como a um boneco de cera ou argila, sem vida própria, sem vontade própria. Impossível, inadmissível, é achar que seguirão todo o script traçado por nós, com os olhos vendados, como robôs. Achamos, os pais, principalmente as mães, que eternamente estaremos ali, rentes aos nossos filhos, impedindo-os de tropeçarem e caírem. Outro engano, pois se cansa de ouvir e pensar que é caindo que se aprende a levantar. Este aprendizado tem importância e está presente por toda a vida. O suco tirado daí é que nos dá força e coragem para seguirmos em frente e fazermos algo melhor da vida, do nosso caminho. A pretensão de sermos divinos, poderosos, nos frustram, nos revoltam pelos insucessos dos filhos. Azedamos ou adoçamos nossa alma, nosso coração na medida em que nossos filhos vão bem ou mal, mesmo sabendo serem indivíduos diferentes uns dos outros e, sobretudo, diferentes de nós, cada um com seu caminho e suas escolhas; únicos! É simplesmente impossível fazermos um chaveirinho de cada filho e trazermos todos pendurados ao nosso pescoço. O caminho é livre e o desbrava quem quer e pode, na medida do possível de sua individualidade.           

ÉTICA

Palavra tão pequena, simpática, talvez por ser proparoxítona, tem o som e o ritmo agradáveis, musicais, falada, hoje em toda esquina, por pessoas consideradas letradas ou não, divulgada pela mídia, principal veículo de comunicação atualmente.
Anos atrás somente profissionais habilitados academicamente lidavam com esta expressão durante os cursos feitos e, naturalmente, no exercício da profissão. A vulgarização deste termo não piora, nem melhora a prática do mesmo. Tudo bem todos termos em mente tão importante palavrinha... No mínimo, hoje, não se pode dizer que não a conhece... Todo mundo assiste TV, lê revista até somente para ver mulher pelada mostrando e rebolando a bunda, lê jornais, mesmo que seja só para se inteirar dos últimos escândalos, ou ouve o rádio... E daí? E a prática da ética, onde fica? A coisa não é tão simples assim. A ética faz parte de um processo longo e difícil, complexo... Faz parte da vida, de nosso dia a dia, desde o berço de ouro ou de lata. Impregna, aos poucos nossa mente, nosso coração, nossa pele, nossas atitudes, nosso pensar e agir, enfim, nosso Ser, fazendo parte de nós, tornando-se natural e inevitável a sua prática, não dependendo de oportunidade ou qualquer eventualidade. A pessoa é ética ou não... É como a honestidade. Ninguém é mais ou menos honesto... Ou se é honesto, ou não... A educação de berço, a escola, o convívio na sociedade, etc., nos dão oportunidade de aprendê-la e exercê-la durante a vida. Talvez, mesmo sem que convivamos com a palavra ética necessariamente. O que interessa é sua prática em todos os minutos de nosso viver. Está parecendo complicado porque não se fala em outra coisa hoje, dando à ética um lugar de destaque, advindo, justamente, pela falta de ética de quem deveria, rigidamente, dar lição dela: nossos governantes... Parece até, para as pessoas comuns da sociedade, que ética deveria ser praticada só por eles... Ao falar onde aprendemos ser éticos, derrubei este mito. Aprende-se a ética em casa, no berço, com os pais, ou com quem nos criou, através de nossas primeiras reações de inteligência no sentido natural, ao sermos seres humanos e tendo que viver em sociedade até morrermos. A ética é respeito por si mesmo, pelo outro, pela vida.
O marginal, primeiramente, falta com o princípio de ética. Não aprendeu como devia viver em sociedade, agredindo-a, não querendo entrar, agora, em outros méritos da questão. Os pais ou os primeiros educadores do indivíduo, têm responsabilidade definitiva aí. O que decide isto é, infelizmente, o dizer comum: ninguém dá o quê não tem... E por aí vai...
Qual o pai ou qual a mãe que se preocupa em ensinar seu filho a ser ético? É coisa de adulto? É justamente quando se começa a aprender sobre a ética! Não se assustem! É isto mesmo! Ao dizer que é no berço que se aprende a ser ético, falava sobre isto. Como? É fácil... Age com ética com seu filho em tenra idade e ele será uma pessoa ética naturalmente; com certeza! Os pais se acostumam a chantagear os filhos, como meio fácil de se verem livres de alguma insistência ou teimosia por parte destes... O quê estarão lhes ensinando com estas chantagens? Justamente lhes estão ensinando os primeiros passos da falta de ética... Sabe-se que as crianças, antes mesmo de aprenderem a falar, se expressam através do choro, ao quererem ou precisarem de algo... Quando esta atitude vira um hábito para conseguirem sempre o que querem, se atendidas toda vez que usarem o recurso do choro e, depois, gritos ou birra, estarão exercitando a falta de ética, conseguindo tudo o que quiserem, rapidamente, a qualquer preço. A intensidade e a complexidade de tudo isto crescerá com o tempo e com o mau hábito de ganharem no grito ou na manha... A criança se acostuma a tirar proveito de qualquer situação para sair ganhando sempre. Nos jogos, nas brincadeiras com os companheiros, jamais podem perder, agindo desonestamente, a toda ameaça de perda, até conseguirem o que querem: ganhar sempre... Não é ensinado à criança saber ganhar e, também, saber perder... Há que haver dignidade nas duas situações. A ética aí significa ter dignidade, respeito ao outro ou aos outros.    

O DIA A DIA... COM POESIA...
(A REALIDADE É DURA!)
O nosso dia a dia é cansativo, queiram ou não os teóricos, deixando transparecer que só se quisermos, será isto verdade... Pela manhã, ao iniciarmos a lida, resolvemos as coisas mais simples, questões higiênicas pessoais, nos alimentamos, iniciando, logo em seguida, a caminhada perscrutadora pela casa, procurando ajeitar tudo, iniciando a rotina cansativa. A tal de tirar poeira dos móveis é odiosa! Varrer então, nem se fala...              



Desde muito nova, criança mesmo, tinha mania de colecionar curiosidades literárias, tendo preferência por sonetos, bem como outros tipos de poesia. Na adolescência me refugiava no chamado porão de minha casa, onde ficava a biblioteca de meu pai ou no terreiro que era imenso, quando escrevia também os meus sonetos. Aproveitava o silêncio, o sossego da biblioteca e lia, inclusive os livros proibidos pra nós, os mais novos. É... Acontecia isto mesmo... Até um livro de Plínio Salgado era proibida a nossa leitura. Claro que li; não entendo o porquê da proibição... Outro que me lembro era A Velhice do Padre Eterno. Não só este livro; o autor era proibido: Guerra Junqueiro. Acho, hoje, que tudo isto era influenciado pelos ditames da Igreja Católica. Meus pais foram educados no catolicismo, sendo minhas avós, materna e paterna, muito católicas. Aliás, a única religião em que se ouve dizer este qualificativo de “muito” é na católica... Nunca ouvi dizer: fulano é muito espírita; beltrano é muito evangélico; sicrano é muito protestante... Enfim, meus pais não conseguiram convencer aos nove filhos seguirem o catolicismo... Sabe, aquela história: faça o que falo e não o que faço? Tenho uma resposta: palavras ocas, ouvidos mocos... Não se comentava muito o observado, mas é claro, víamos que nossos pais não eram tão católicos assim... Isto é, não eram católicos apostólicos romanos praticantes... Tiveram dez filhos e somente a que morreu aos dezenove anos, tuberculosa, era católica e, diria, temente a Deus... Ah! horrível esta expressão! Dentre nós outros nove, uns são espíritas e outros agnósticos, como eu. Não sei porque me enveredei neste assunto de religião. Não foi intencional.
***

Notas Biográficas
D. Natalina, minha mãe, foi uma pessoa impressionante pela sua personalidade, sua força, perspicácia, inteligência e tantas outras qualidades!
Para falar tudo sobre ela talvez precisasse de alguns livros volumosos, mas tentarei resumir, espero, sem prejudicar o essencial pelo menos.
Realmente chamava-se Maria Natalina, mas como detestava o Maria de seu nome, dizia sempre só Natalina, usando o primeiro nas assinaturas de documentos. Ela nasceu na pequena cidade de Santana de Ferros, bem como suas cinco irmãs, um irmão e seu pai. Minha avó nasceu em Ubá. Minha mãe era Professora, com curso de Aperfeiçoamento, como era chamado, em tempos idos, curso eqüivalente aos Psicologia e Pedagogia de hoje, com mestres” uns monstros sagrados” da Educação: Amélia Monteiro, Madame Zemilde, Mário Casassanta, Helena Antipoff , entre outros famosos e exigentes. Fez este Curso, que era apertadíssimo, já tendo oito filhos, tendo mais dois após o mesmo, com direito a ser Orientadora ou Diretora Escolar.


MUDANÇAS
Toda mudança pode ser tomada como uma evolução ou uma involução... E volução, desenvolvimento e progresso são coisas diferentes, não podendo ser confundidos..
Tenho ouvido falar, muitas vezes, na reforma ortográfica que está sendo divulgada à boca pequena por aí... Não li ainda sobre isto. Hoje fiquei boquiaberta, abismada, revoltada, ao ouvir na TV uma jornalista Berenice (não sei das quantas), discorrendo sobre a reforma ortográfica de nossa Língua Pátria, inclusive, porque esta deve estar satisfeitíssima com esta reforma, por ser analfabeta, cometendo vários erros de concordância e outros, ao explicar, com alguns detalhes, o que acontecerá.
Na reforma ortográfica de 1943, não tenho nada contra, quando se escrevia pharmácia, thelefone, etc...Em 1971 houve uma pequena mudança, também sem coisas absurdas e, sim,necessárias... Esta reforma, até a palavra pesa, é simplesmente absurda, ridícula, lastimável, comprovando, mais uma vez, que o brasileiro não é um povo sério. A eliminação de acentuação e de letras na nossa língua, pelo projeto datado de 1990 e aprovado(?) em 1995, é uma violência à língua portuguesa, tão bonita e rica, principalmente para quem a conhece bem, tendo estudado etimologia e se interessando por esta maravilha que pretendem arrasar, menosprezar. Deturpar, coisificar, reduzir a pó! Dizem que Portugal está contestando muitas coisas desta reforma, mas os brasileiros aceitam tudo que facilite sua ignorância, seu comodismo, sua inconseqüência! Já dizia o poeta Olavo dos Guimarães Bilac: “ última flor do Láscio inculta e bela...”!


Biografia:
Nascida em Diamantina,em 26-02-1931.Iniciei a escola aos seis anos,quando tivemos que nos mudar para Belo Horizonte,eu emeus sete irmãos,meus Pais,dois Educadores,sendo meu Pai Diretor da Escola Normal.Chegando em Belo Horizonte, de trem-de-ferro,éramos 11 pessoas desembarcando na Estação Férrea de BH,isto contando com empregada e um seu filho.Não me aceitaram no Grupo Escolar Barão do Rio Branco(não tinha sete anos ainda).No ano seguinte,já que morávamos na Rua dos Inconfidentes,fui matriculada no Barão.Estudei 1 ano aí,quando dois anos depois nos mudamos para o Barro Preto,passando a estudar nas Classes Anexas da Escola de Aperfeiçoamento Escolar,onde minha Mãe passou a estudar.Era uma Escola com poucos alunos,selecionados por Testes,para servir ao Curso de Aperfeiçoamento de mestras.Cursando o segundo ano aí,mudamo-nos para o Bairro de Santa Efigênia,quando passei a estudar no Grupo Escolar Pedro II.Depois deste Grupo, como eram chamadas as Escolas de primeiro grau.Passei para a Escola Normal,hoje Instituto de Educação, tendo feito aí,também,o Curso de Formação de Professores e,mais tarde, o Curso de Pedagogia, no mesmo lugar.Anos após,fiz o quarto ano de Formação, que era chamado também, de Cursos Adicionais.Anos depois fiz Pedagogia,também no Instituto de Educação.Até aí lecionei em várias Escolas e sempre fazendo outros Cursos de especialização em várias áreas.Lecionei em Belo Horizonte, em algumas escolas, aliás, desde o primeiro ano de Formação já comecei a lecionar numa Escola noturna para adultos...Dei aula também em Araxá, em três Escolas,já casada e com seis filhos, tendo nascido mais uma filha aí.Voltando de Araxá para Belo Horizonte, trabalhei na Secretaria da Educação,depois passei para uma Escola de crianças e adolescentes com dificuldades especiais,logo,logo, tendo feito um Curso Especializado, tendo a matéria Fonoaudiologia, quando me saí muito bem,passei a trabalhar com a Fonoaudiologia.Em 1983,com o reconhecimento da Profissão,além de receber a Carteira Profissional de Fonoaudióloga,emitida pelo Conselho Federal,com Sede no Rio de Janeiro,e fui devidamente nomeada Fonoaudióloga do Estado. Aos cinquenta anos de idade, resolvi fazer o Curso de Direito na Faculdade Milton Campos, onde me formei.Até Curso de Taquigrafia inventei de fazer!Foram muitos outros feitos, com devidos certificados.Estava iniciando o Curso de Direito quando me deu vontade enorme de escrever um livro e o escrevi, durante muitos anos, num trabalho enorme e está guardado sem editar até hoje! Casei-me em 1953, aos vinte e dois anos,fiquei viúva em 1978, com sete filhos. Hoje tenho vinte e um netos, um casal de bisnetos,todos lindos e inteligentes.Aposentei-me do Estado em 1988 e adoro escrever e ler, amo música clássica e lírica e vou vivendo até quando não se sabe...
Número de vezes que este texto foi lido: 52803


Outros títulos do mesmo autor

Poesias Novas Lembranças - Parte 6 (final) Helena Mafra
Poesias Novas Lembranças - Parte 5 Helena Mafra
Poesias Novas Lembranças - Parte 4 Helena Mafra
Crônicas Novas Lembranças - Parte 3 Helena Mafra
Crônicas Novas Lembranças - Parte 2 Helena Mafra
Crônicas Novas Lembranças - Parte 1 Helena Mafra


Publicações de número 1 até 6 de um total de 6.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
JASMIM - evandro baptista de araujo 68980 Visitas
ANOITECIMENTOS - Edmir Carvalho 57900 Visitas
Contraportada de la novela Obscuro sueño de Jesús - udonge 56726 Visitas
Camden: O Avivamento Que Mudou O Movimento Evangélico - Eliel dos santos silva 55804 Visitas
URBE - Darwin Ferraretto 55057 Visitas
Entrevista com Larissa Gomes – autora de Cidadolls - Caliel Alves dos Santos 54980 Visitas
Caçando demónios por aí - Caliel Alves dos Santos 54858 Visitas
Sobrenatural: A Vida de William Branham - Owen Jorgensen 54850 Visitas
ENCONTRO DE ALMAS GENTIS - Eliana da Silva 54755 Visitas
O TEMPO QUE MOVE A ALMA - Leonardo de Souza Dutra 54720 Visitas

Páginas: Próxima Última