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Novas Lembranças - Parte 4
Pressa de Hoje; Há Cinquenta Anos; Pausa pra Meditação (e lembranças poéticas); Patético
Helena Mafra

Resumo:
Quarta parte do livro "Novas Lembranças"

PRESSA DE HOJE...
Algumas muitas décadas antes de minha vinda ao mundo, já li nos clássicos de nossa literatura e mesmo de outros países, que a coisa era bem diferente de hoje, em relação às mulheres, numa sociedade. Bom, claro que tinha que ser diferente no correr dos séculos ou dos anos... Não podíamos parar no espaço e no tempo ora... Nos livros de Júlio Diniz, José de Alencar, de Macedo, se via com clareza, via-se não...existem ainda estes livros, sabe moçada? Pra ficar só nestes ou assustaria a moçada de hoje que confundiria com alguém de uma dupla sertaneja ou com algum jogador de futebol ou, ainda, com algum galã da TV ou um lixo do BBB; podia-se deliciar com um romantismo lindo que nos fazia sonhar, com passagens de um namoro entre jovens, cuja emoção nos enlevava, nos levando a fantasias deliciosas. A mulher se valorizava e, por isso, também era valorizada. Aqueles vestidos longos e fartos, belíssimos, cobriam todo o corpo da mulher, menos os seios totalmente... O charme era quando a mulher se sentava, sem querer ou de propósito, deixava aparecer um pouquinho de seu tornozelo. Os homens ficavam enlouquecidos somente com isto. A questão dos seios, que os espartilhos levantavam com muita formosura e graça, não punha em risco a discrição e recato da mulher, ela continuando ser pura e graciosa. Um jovem mais afoito e desaforado de hoje iria me questionar sobre a realidade, a verdade desta pureza de antigamente... Somente respondo o seguinte: desde que o mundo é mundo, sempre houve a prostituição e prostitutas, sendo a “profissão” das mais antigas do mundo, dizem... Havia mulheres também que não conseguiam se resguardar tanto assim, mas assumiam os ônus de seus atos, como também não conseguiam se casar com homens de “boa família” ou com quem pudesse lhes dar vida tranqüila na sociedade. Eram alijadas do convívio com as “pessoas de bem”. Se ficassem grávidas, esta rejeição era transmitida severamente aos filhos que eram considerados espúrios, ilegítimos, bastardos,etc.. Este último fato não tem tanto tempo assim como pensam... Nos idos de 1950, aqui no nosso Brasil, em Minas Gerais, Belo Horizonte, pasmem-se, vi acontecerem muitas vezes esta coisa... As mulheres tinham que esconder seus rebentos e, muitas vezes, eram alijadas de casa, do convívio com a família, após surras homéricas, pois desonraram a família!...
No nosso mundo de hoje, acho, que a pressa para tudo prejudica a essência do ser pensante, pois o que interessa mais é o rendimento rápido, soluções imediatas e, às vezes precipitadas, sem análise, sem um mínimo de bom senso. Hoje, poucas pessoas se aquietam para deliciarem um livro, uma boa literatura, muito menos uma poesia.
O tempo urge e temos que nos eletrizar com a pressa de todos, do mundo cão...


HÁ CINQÜENTA ANOS


Estive matutando como seria um Big Brother Brasil há cinqüenta anos, no meu tempo de adolescência... Primeiramente, não seria nos moldes de hoje; absolutamente não seria...A linguagem seria outra, as vestimentas nem chegariam próximas das de hoje, a educação dos componentes também seria muito diferente, o relacionamento das pessoas seria com mais recato, mais respeito, com mais sutileza, mais delicadeza... Estou querendo comparar o incomparável! Os tempos mudaram demais, principalmente para as mulheres, piorando e melhorando várias coisas, dependendo do enfoque que se lhe dê à avaliação... Os movimentos feministas mudaram demais a posição da mulher na sociedade, influindo até na legislação, que teve de incluir alguma coisa, pouca, para proteção na nossa sociedade, ou melhor, no nosso mundo machista. às mulheres... As mulheres se liberaram demais! Digo demais, porque foi e está sendo demasiadamente mesmo, tendo em vista certos critérios de julgamento... A mulher hà cinqüenta anos não teria, mesmo se quisesse, tanta liberdade e libertinagem como hoje. Duas expressões parecidas, mas distantes com suas conotações. Liberdade é ótimo que tenham adquirido por direito; libertinagem, que hoje campeia o mundo, é preciso ser revista e pensada. Ao querer e lutar por sua valorização, pelos seus direitos individuais, como Ser Humano, extrapolou, achando ter que agir, sentir e pensar como o homem, se esquecendo das diferenças até biológicas, inegáveis, entre os dois seres. Quanto aos direitos, é claro, lógico, que os reclamassem e que os fizessem valer: direito de estudar, de trabalhar, de ir e vir, dentre muitos outros... Mas se igualar aos homens foi e tem sido o erro... O homem é mais animalizado, no bom sentido, do que a mulher, até por diferença biológica; quero crer, isto influindo no ser psicológico...
A mulher não é menos nem mais; não é pior, nem melhor... É apenas diferente do homen, como é diferente também cada ser humano. Seria péssimo e esquisito se fôssemos todos iguais...


Pausa pra meditação(e lembranças poéticas)

Voltando à poesia: aliás, de passagem, não concordo com esta coisa de não usarem hoje o feminino de poeta, que sempre foi pra mim, poetisa. Usam poeta como palavra dos dois gêneros! São mudanças, modismos idiotas. Olhem! Idiota é uma palavra usada pros dois gêneros! Sacerdote, feminino – sacerdotisa. Mudaram isto também? Mudaram sobre a poesia somente a recitação. Não se ouvem mais pessoas que a recitam como antigamente, em que se punha todo sentimento nos dizeres poéticos, dando-lhes ênfase, diferençando de outros textos. Eu adorava recitar! Será que já era por ser dramática de nascença? Às vezes, sozinha, no meu canto solitário, mentalmente fico me lembrando dos poemas de que gostava antigamente e os recito, mentalmente ou em voz alta. Se alguém ouvir há de achar que estou louca...Apesar de que, aos setenta e seis anos, todo mundo acha que se está caduca... Não levam a mal. Quase tudo é permitido nesta idade. Até poetar... soltar a língua, tocar gaita, como toco...tudo, enfim, até esnobar tocando só músicas líricas e clássicas...
Procurarei transcrever alguns sonetos e outras coisas poéticas, se os porões da memória ajudarem:
Visita à casa Paterna
(Luiz Guimarães Júnior)
Como a ave que volta ao ninho antigo,
Depois de um longo e tenebroso inverno,
Eu quis também rever o lar paterno,
O meu primeiro e virginal abrigo.

              Entrei. Um gênio carinhoso e amigo,
              Um fantasma, talvez, do amor materno,
              E, passo a passo, caminhou comigo!

             Era esta a sala...Oh se me lembro! E quanto!
             Em que da luz noturna, à claridade,
             Minhas irmãs e minha mãe... O pranto
            Jorrou-me em ondas! Resistir? Quem há de?
            Uma ilusão gemia em cada canto,
             Chorava em cada canto uma saudade!
***
                                                    ?
(autor – Francisco Otaviano)
            Quem passou pela vida em branca nuvem
            E em plácido repouso adormeceu,
            Quem não sentiu o frio da desgraça,
            Quem passou pela vida e não sofreu,
            Foi um espectro de homem; não foi homem.
           Só passou pela vida; não viveu.
                                                               ***
Máscara
(Ortogantino Dias)
        Não me julgues feliz por um sorriso
        Que às vezes trago na expressão do rosto;
        Eu sempre escondo a sombra de um desgosto
        Sob o manto deste aparente riso.
          
        Como és tolinha! O tempo é bem preciso
        E hás de sentir um dia, a contragosto,
        O mesmo jugo que me foi imposto:
        Fome de amor que oculto ou que amenizo.

        Farás as mesmas queixas dolorosas,
        Que esfolho como pétalas de rosas,
        Para o meu coração acalentar.

        E na máscara da face, às vezes,
        Ocultarás também por longos meses,
        Uma vontade enorme de chorar.
***

Camões
                        Alma minha gentil, que te partiste,
                      Tão cedo desta vida descontente,
                      Repousas lá no céu eternamente,
                      Viva eu cá na Terra sempre triste.
              
                     Se lá no acento etéreo onde subiste,
                    Memória desta vida se consente,
                    Não te esqueças daquele amor ardente,
                    Que já nos olhos meus tão puro viste.
   
                  Se vires que pode merecer o que ficou
                  Da mágoa sem remédio de perder-te,
                                   
               Roga a Deus que teus anos encurtou,
               Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
               Quão cedo de meus olhos te levou.
                                                               ***
Cólera   -   De Raimundo Correia
               Se a cólera que espuma a dor que mora
              N’alma e destrói cada ilusão que nasce,
               Tudo que punge, tudo que consola
               O coração, no rosto se estampasse,

        Quanta gente que ri, talvez existe,
        Cuja ventura única consiste
        Em parecer aos outros venturosa!
Lição de Coisas
(Prado Maia)

       Na manhã luminosa e clara e linda,
       Uma asa leve de andorinha
       Traçou um risco no ar e desapareceu.
       Estremeci. Será que tudo finda?

      No entanto eu te julgava cada vez mais minha,
     De vez que me sinto cada vez mais teu...
     Não sei bem se a tristeza ou o desalento,
     Desceu ao fundo do meu ser...

     Se o destino do amor é durar um momento,
     Para quê então nascer?
     Fitei de novo o azul. E, de repente,
     Na manhã luminosa e clara e linda,

     Eis que a avezinha torna voltear docemente,
    Como uma resposta à minha ânsia interior...
    Porque nem tudo finda!
    Porque é imortal o verdadeiro amor!
                                                      ***
Cantigas
(Adelmar Tavares)
                    A imagem de nossas almas
                    Está nas águas profundas.
                    Quanto mais tristes, mais calmas;
                    Quanto mais calmas, mais fundas...
***
                    Para esquecer-te, outras amo;
                    Mas vejo por meu castigo,
                    Que qualquer outra que ame,
                    Parece sempre contigo...
***
                   Por que os mortos pesam tanto,
                   Fechados no seu caixão?...
                   Não pesa o morto, querida;
                   Pesa a saudade da vida,
                   Fechada no coração...
***

                   Tu censuras, de minh’alma,
                   Este alvoroço? Este ardor?
                   Quem tem amor e tem calma,
                   Tem calma...Não tem amor...
                                                           ***
                    Onde anda o corpo, é verdade,
                    Que a sombra vai pelo chão...
                    É assim também a saudade,
                    A sombra do coração...
                                                        ***
Outras (autores desconhecidos por mim)
               Até nas flores se nota
              A diferença da sorte:
             Umas enfeitam a vida,
             Outras enfeitam a morte.
***
           O coração tem dois quartos.
           Neles moram, sem saber,
           A dor e o prazer.
           Quando, no seu quarto,
           Adormece a dor,
           Acorda no seu o prazer.
          Cuidado, coração, cautela!
          Não vá a dor acordar!
***
           Quem passou pela vida em branca nuvem       
            E em plácido repouso adormeceu,
           Quem não sentiu o frio da desgraça,
           Quem passou pela vida e não sofreu,
           Foi um espectro de homem; não foi homem.
           Só passou pela vida; não viveu...
                                                  ***
As Pombas
(Raimundo Correia)
        Vai-se a primeira pomba despertada...
        Vai-se outra mais...mais outra... enfim dezenas
        De pombas vão-se dos pombais, apenas
        Raia, sangüínea e fresca, a madrugada...

       E, à tarde, quando a rígida nortada
       Sopra, aos pombais de novo, elas, serenas,
       Ruflando as asas, sacudindo as penas,
       Voltam todas em bando e em revoada...

    Também dos corações, onde abotoam,
   Como voam as pombas dos pombais;

   No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais!
                                                 ***


Patético

A vida é uma loucura! Minha vida é uma loucura... Aliás, dizem que de médico, poeta e louco todo mundo tem um pouco... Sabemos de todos nossos males: físicos,mentais, psicológicos, emocionais, sociais, antropológicos, como queiram denominá-los... Sabemos onde e quando se iniciaram e como... Temos consciência               porque permanecem e, de certa forma, os alimentamos e realimentamos, conservando-os “ ad eternun”. Por quê? Para quê? Disto não tomamos consciência jamais! Se assim fizermos, teremos de mudar de atitude, quando não conseguimos ou não nos interessa muito ou realmente... Somos todos loucos; com loucuras mansas ou agressivas, mas loucos. Nossa vida é um caos; minha vida é um caos! Quanta luta, quanto tormento, por um continuísmo absurdo e, no mínimo, intolerável, odioso, burro. Todos querem nos mandar, interferir em nossa vida, criticar, dando uma de heróis e sabichões e nós deixamos acontecer, até que não há jeito mais para paralisar este processo simbiótico detestável. Sentimos tudo isto, mas não reunimos força para paralisá-lo, para curarmos esta doença terrível, incomodativa. A insuportabilidade vai crescendo e não curamos esta doença que nos agrilhoa, nos prende cada vez mais ao chão, mesmo que a sensação é a de perdermos o chão e o horizonte possíveis. Teríamos de fazer papel de mais loucos do que somos, mesmo temporariamente, para cortarmos o fio desta meada. Afinal, somos seres pensantes ainda, com direito à liberdade, ao poder de decisão, à vontade, aos sonhos, aos desejos; ou não? Valerá a pena esta vida assim vivida? É isto a vida?
Às vezes, nos raros e furtivos momentos de lucidez, quando toda esta coisa nos incomoda mais, ou ao termos um lampejo de necessidade de buscar um pouco de equilíbrio, procuramos um médico, mesmo sabendo, no fundo, que não poderá fazer milagre nenhum pra nos curar, o que depende, simplesmente de nós. Esta espera do milagre é patética! Continuamos caminhando, mesmo que tropegamente, os dias passam e permanecemos doentes, infelizes, tristes, sem norte, sem eira nem beira, esperando não sei o quê... Diz outro tipo de sabichões que, este espírito de sacrifício estaria ligado a uma submissão perversa ou a uma tirania benevolente (disfarçada)...Tudo isto é por demais complicado e patético! Viver cansa...


Biografia:
Nascida em Diamantina,em 26-02-1931.Iniciei a escola aos seis anos,quando tivemos que nos mudar para Belo Horizonte,eu emeus sete irmãos,meus Pais,dois Educadores,sendo meu Pai Diretor da Escola Normal.Chegando em Belo Horizonte, de trem-de-ferro,éramos 11 pessoas desembarcando na Estação Férrea de BH,isto contando com empregada e um seu filho.Não me aceitaram no Grupo Escolar Barão do Rio Branco(não tinha sete anos ainda).No ano seguinte,já que morávamos na Rua dos Inconfidentes,fui matriculada no Barão.Estudei 1 ano aí,quando dois anos depois nos mudamos para o Barro Preto,passando a estudar nas Classes Anexas da Escola de Aperfeiçoamento Escolar,onde minha Mãe passou a estudar.Era uma Escola com poucos alunos,selecionados por Testes,para servir ao Curso de Aperfeiçoamento de mestras.Cursando o segundo ano aí,mudamo-nos para o Bairro de Santa Efigênia,quando passei a estudar no Grupo Escolar Pedro II.Depois deste Grupo, como eram chamadas as Escolas de primeiro grau.Passei para a Escola Normal,hoje Instituto de Educação, tendo feito aí,também,o Curso de Formação de Professores e,mais tarde, o Curso de Pedagogia, no mesmo lugar.Anos após,fiz o quarto ano de Formação, que era chamado também, de Cursos Adicionais.Anos depois fiz Pedagogia,também no Instituto de Educação.Até aí lecionei em várias Escolas e sempre fazendo outros Cursos de especialização em várias áreas.Lecionei em Belo Horizonte, em algumas escolas, aliás, desde o primeiro ano de Formação já comecei a lecionar numa Escola noturna para adultos...Dei aula também em Araxá, em três Escolas,já casada e com seis filhos, tendo nascido mais uma filha aí.Voltando de Araxá para Belo Horizonte, trabalhei na Secretaria da Educação,depois passei para uma Escola de crianças e adolescentes com dificuldades especiais,logo,logo, tendo feito um Curso Especializado, tendo a matéria Fonoaudiologia, quando me saí muito bem,passei a trabalhar com a Fonoaudiologia.Em 1983,com o reconhecimento da Profissão,além de receber a Carteira Profissional de Fonoaudióloga,emitida pelo Conselho Federal,com Sede no Rio de Janeiro,e fui devidamente nomeada Fonoaudióloga do Estado. Aos cinquenta anos de idade, resolvi fazer o Curso de Direito na Faculdade Milton Campos, onde me formei.Até Curso de Taquigrafia inventei de fazer!Foram muitos outros feitos, com devidos certificados.Estava iniciando o Curso de Direito quando me deu vontade enorme de escrever um livro e o escrevi, durante muitos anos, num trabalho enorme e está guardado sem editar até hoje! Casei-me em 1953, aos vinte e dois anos,fiquei viúva em 1978, com sete filhos. Hoje tenho vinte e um netos, um casal de bisnetos,todos lindos e inteligentes.Aposentei-me do Estado em 1988 e adoro escrever e ler, amo música clássica e lírica e vou vivendo até quando não se sabe...
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