" Mas você não sabe o que tem nela, não pode afirmar com tanta certeza! " - dizia o pequeno garoto com seus cinco ou seis anos.
" Mas eu acredito que tenha algo. Algo como pedrinhas... E tem sim, só você que não percebe! " - respondia a garotinha, também com seus cinco ou seis anos.
" Olhe lá, já até supõe que sejam pedrinhas lá dentro! Como? Você não a abriu. Não pode dizer isso, não pode! ", surtou o garoto
E assim continuou uma longa discussão sobre ter ou não ter algo na mísera caixinha de madeira lacrada por um enorme cadeado. Ninguém havia tocado nela sequer.
Logo aparecera um velho ancião, e, com intuito de pôr um fim na discussão, que sabia que perduraria por eras e eras, disse às simplórias criaturas:
" Não dá para saber. Ninguém sabe e ninguém saberá. Ninguém soube e ninguém saberia. Pode ter alguma coisa. Pode não ter. Vai da tua crença, vai do teu intuito. Eu que não já mais creio em nada, não sei. Para você, menino, que acha que não tem, não tem. Para você menina, que acha que tem, tem."
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