Depois de eu ter sobrevoado, em fuga, as muitas cidades de casas brancas e após horas e horas de voo por sobre o oceano, parei numa minúscula ilha iluminada pelo Sol. Quando cheguei, desmaiei de cansaço. Ao acordar, vi-me dentro de uma choupana de sombra fresca. Estava, então, completamente relaxado. Dois seres, parecia, haviam cuidado de mim, dois senhores-polvos.
Um deles era rude, o outro mais brando, mas ambos eram bons para comigo. Eles é que me trouxeram mantimento e também avisaram aos outros seres marinhos para que vigiassem e protegessem a ilha caso houvesse algum invasor, vindo da cidade, que quisesse ferir-me.
De qualquer maneira, eu precisava voltar ao continente e enfrentar seus demônios, mas ainda não tinha forças para deixar aquele pedacinho de chão, que era isolado e distante de tudo. Vendo minha necessidade, o mais-brando cutucou o rude como se este tivesse a solução para o meu problema. Então, de seus tentáculos começaram a sair muitas moedas de ouro, recuperadas dos vários baús piratas jogados ao fundo do mar. Com essas moedas, eu poderia pagar ao leviatã que me transportaria de volta ao continente; lá, já com minhas forças reconstituídas, voltaria a voar e daria início a mais uma feroz batalha, até que se exaurisse novamente toda a minha energia.
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