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Cowboy sim, machista nem tanto!
Cowboy sim,..
lathea

Resumo:
è muito natural esse papo na minha aldeia.

Cowboy sim, machista nem tanto!

            Qual o problema de ser cowboy? Um amigo na noite bucólica do snack’s bar pergunta-me? Se eu tinha idéia do que representava, ser um cowboy moderno e sintonizado com seu tempo – ele me disse; cara não tá com nada ser bonzinho com mulher – eu indaguei; como assim – e isso cara; não pode dar mole pra essas mulheres. Elas pensam que podem dominar um cara assim, só porque deram um beijinho em você, e coisa e tal. Acham que o cara já está no papo. O cara tem que ser enérgico, falar auto quando for preciso, repelir esse papo feminista onde não cabe. Sempre quando a mulher vacila, ela vem com esse discurso feminista, para encobrir seu erro. Não caio nesse papo, vacilou, tente corrigir, eu sempre falo isso para elas.
É muito natural esse tipo de papo na minha aldeia, já que fomos criados e ensinados para sermos truculentos. Homens como nós, são de uma estirpe que eu diria, nem tanto machista assim! Temos consciência do espaço feminino, só não gostamos muito de TPM, frescura, ataque de ciúmes e falta de noção. essas coisas que atrapalham nossas ereções diárias. Conheço muitos guerreiros feitos nós, que por causa dessas firulas femininas ficaram entediados, o que prejudicou muito, seus desempenhos sexuais. Nós cowboys, conhecedores do estilo feminino, temos consciência que é difícil conviver diariamente com uma mulher, mas podemos reverter esse processo; até porque, conhecemos vários tipos de mulheres. Mas se tratando de mulheres é sempre bom estar conhecendo seus tipos, suas artimanhas, seus clãs. Com mulher não se pode relaxar, quando você pensa que está tudo bem, aí é que mora o perigo.
Para nos cowboys, o machismo é uma coisa que tem que ser dosada, se não, já hera. O machismo é como aquela pimentinha que utilizamos no tempero, para dar movimento às coisas. Um carro para andar tem que ser acelerado, uma bicicleta pedalar, uma mulher questionar. Às vezes até uma briguinha sem graça é necessário, para o relacionamento andar, entende! Mas não esqueça, não use esse recurso demasiadamente, você pode se estrepar, e levar um belo chifre como troféu. O cara tem que ter talento. Quem não tem competência não se estabelece. O cara pode ser sensível, porem não muito; fica feio ser muito meloso. Tente ser natural, evitando dramaticidade, seja firme mais com destreza. Fale coisas bonitas, mas cruéis também. Dose sempre o mel e o fel. Uma mulher gosta de pegada, e você não vai ficar dando uma de mulherzinha na hora H. seja decidido pegue com força, mas alivie nas curvas, entende! Certos tipos de homens têm que estar preparado para tudo. Se for necessário, seja sete; o famoso sete um; aquele que as mulheres mais detestam; isso mesmo! Se for por em prática o estilo sete, tem que agüentar as conseqüências, caso seja descoberto. Se você disse a sua namorada que ia dormir, e foi para uma festa, e uma amiga dela te viu, negue até o fim, nunca admita a verdade; isso faz parte do estilo sete. Se você saiu com a amiga dela, e alguém o viu, negue até o fim, também faz parte do estilo sete. Mas se todas as provas o condenam, então agüente as conseqüências, porque ser sete é para poucos, e poucos conseguem desenvolver esse estilo.
O fato de sermos homens periféricos nos estimula muito, inclusive, quando se trata de nossas partes mais baixas, ou seja, nosso genital. Parece-me que regredimos a um estado primitivo esquecido. Certa truculência herdada, sei lá? Farejamos o odor do sexo há quilômetros. Vivemos em pecado constante. Em nossa aldeia passeiam mulheres desnudas. Trazemos em nosso código genético a marca da brutalidade necessária para uma penetração cumular. Adquirimos essa prática rudimentar de amar por causa do território hostil e árido, que é nossa aldeia. Mas essa marca primitiva, essas pinturas rupestres fundidas em nossas peles foram causadas pelos caminhos tortuosos que se entrincheiram entre as montanhas e a cidade. Cowboy sim, machista nem tanto! Não temos culpa de nossa herança genética. A cada século que passa, tentamos melhorar, já que regredimos a escala mais baixa da evolução humana; mas acho que às vezes temos que manter uma ereção bem precisa, para livrarmos-nos de certos problemas. Não Lemos quase nada e compreendemos menos ainda. Não nos interessa conversar por mais de dez minutos; comunicamo-nos por uivos e ganidos. Preferimos mulheres com muita bunda e pouco cérebro, é assim que felizes caminhamos. Somos um bando de animais no cio, e vamos rolando na relva e em bosques que verdejam as ervas trepadeiras. Unhando e roendo os frutos, os corpos, e nos banhamos na lama cor marrom. Somos isso, essa mistura de flores, caos e merda. O que podemos fazer?
Ass, Lathea




Biografia:
escritor amador
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