Desejo, se ímpios plasmarem tua cruz.
Com exato fardo ao teu suor verter.
Que esmeres bem tua alma ao oferecer.
A certeza do perdão, e tua luz.
Que haja feito na pira do coração.
O fulgor justo de um verdadeiro irmão.
Desejo que tenhas o discernimento.
Que pondera quem desliza, e quem odeia.
Para que a sabedoria que permeia.
Dê ciência, e que exales entendimento.
Que não morra de tua alma esta ternura,
que possa afagar o afã de outra alma impura.
Desejo, se as tuas lágrimas furtarem,
dos teus mistérios o amor do coração.
Que tu interpeles tua própria razão.
Tendo ânimo para teus pés palmilharem.
Que tu ouças a voz que te fala em segredo.
De quanta vida virá após o degredo.
Desejo que sejas jovem no plantar.
Maduro na ceifa, tendo o joio e trigo.
E ancião no atar boa colheita ao abrigo.
Cada idade tem sapiência ao trabalhar.
Que saibas da força que abre uma semente.
Que entre as pedras explode folhas contente.
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