Só depois de veres a taça transbordar,
dos suores da face, terás compreensão:
que dar as mãos nem sempre significa amar;
e presença nem sempre significa união.
Depois de muita vida em lições intensivas,
verás que amor não nasce com a dependência;
que não se prende uma alma com noites lascivas;
e flores dadas não transportam nossa essência.
Tua evolução dirá, e saberás que amar
não é prender, necessitar, nem possuir.
Que abraços são laços que podem desatar,
e palavras nem sempre expressam o sentir.
Nem sempre as faces demonstram o que elas são:
Sempre há quem ama ou odeia de face fria.
Mas mesmo se feriram o teu coração,
terás que perdoar, exalando a calmaria.
Lágrimas são rios que lavam as feridas,
mas se demasiadas afogam a coragem.
Leva-se a vida plantando sendas floridas,
porém podem ruir num só ato de bobagem.
Terás, nas dores da vida, o dom de chorar,
mas não deixes nascer o dom de causar dores.
Não basta apenas os teus algozes amar,
é preciso amar-se, ouvir os próprios clamores.
Sentirás as dores da alma de olhos luzentes,
empunhando a espada, e não curvado a chorar.
Verás que sentimentos não são transparentes,
e algumas vezes podes se decepcionar.
Amigos são puros irmãos por devoção.
Não se abandona ao vê-los no erro, rumo à cruz.
Ri-se! ... Chora-se! ... em uníssono coração,
e tu deverás mostrar o rumo da luz.
Sentirás dor se tocares em espinheiros,
mas diante da tua dor, alguns zombarão.
Poderão deslizar amigos verdadeiros,
porém terás que dar de tua alma o perdão.
Saberás que uma só palavra enfurecida
é capaz de ferir alguém, causando um trauma.
O mais importante não é o que tens na vida,
mas sim, o mais importante, é o que tens na alma.
Deixa palavras de amor, sempre em tua vida,
a quem quer que seja, cheirosas de acalento.
Poderá um dia, ser a última despedida,
para que não chores por arrependimento.
Tu verás noites em que as nuvens escurecem,
mas terás que ser confiante em teu caminhar.
Para se construir, espinhos aparecem,
do jardim da vida terás que os arrancar.
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