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A lua e asolidão dos oceanos
Chico Caninde

Resumo:
Quem é navegante é navegante

A lua e a solidão dos Oceanos
A solidão dos oceanos
olhos e palavras lâminas afiadas
a partida corte na matéria é noite cargas de pedras.
O rio não retrocede mesmo com a mania de por as águas ao contrario.
As maquinas agonizam na lama a boca seca os gritos e você?
Versos de alforria oceanos internos a fera em fúria mira da janela a solidão pendurada nos galhos dos cajueiros.

O gosto de amar em desejos abissais
nas batalhas a carne viva exposta.
O mar de amar quando seca resta
as fotografias desbotando... Enfim adiante novas terras
novos mares adentro intestinos caminhos.

O arqueólogo cava com as mãos procurando
no ventre da terra o significado do que somos.
O astrônomo aguça a visão no infinito mirando luas e estrelas
a vida multicor as fotos amarelas cravadas nas pedras
feridas feitas a ferro em brasa fogo na areia depois o vidro
ao que divide a mesa pedaços de falas versos inúteis.

Ao redor os caranguejos esperam o que cai dos pratos
algumas almas acham que não foram vencidas
por quererem mais do que podiam
se contentam com as migalhas.

Ícaro foi traído pelo desejo da alma voadora
que queria ser mais do que podia ser.
Perder as asas sem perspectivas
de outros córregos de espíritos navegantes
onde o primeiro o instiga o segundo
o terceiro instiga o quarto que instiga o quinto
que fustiga uma infinidade de outros
sem dó na lei do cão.

O amor vale para os navegantes
a deriva por mares e ares
com dores intestinais.
As feridas são marcas do grande amor
no enfretamento das procelas
sabendo que a desilusão não baixa a guarda.

Os oceanos não perdoam os marinheiros nas batalhas
todos os garotos caem ao aprender a andar de bicicleta
e a duras penas aprendem que os cortes são frutos do aprendizado.
O embate é mais cruel do que o adeus quando os barcos se afastam
os Caranguejos levam suas amadas para suas alcovas
na beira do mar alguém enfrenta guerreiros invisíveis.

As duvidas ficam no ar na frase eu te amo
nas palavras levadas pelo vento marinho
ficando tão longe como o barco que se afasta.
Cavaleiros celestiais não abandonam a vida amando
palavras açoites lâminas cortes no ar.

Grande amor o amor é de todo mundo
nas encruzilhadas
no metro
no ônibus mesmo que ninguém sente ao lado
na partida sempre fica um vazio.

Nos corredores do destino existe algo?
Se existe as vezes são falhos fracos distantes e falsos
é como andar com os pés cortados pelo deserto de sal
ou ficar sem teu colo debaixo do pé de ingazeira é noite sem luar.
Nesse conflito antigo a prisão da alma é a pior prisão que tem.

Como pode uma alma presa por um apele tão frágil?
Dói vê a alma querer partir e mal sabe que saindo da prisão se dissipa
sem levar a matéria essa será atacada com toda gula pelos vermes.
Assim grande amor os ventos movem os moinhos nos prazeres das batalhas entremeadas por noites sem luar sem prender quem quer partir.

Os olhares são como gumes de navalhas
a força motriz pulsante no abismo dos infernos interiores.
Os fantasmas teimam riem e saltam como crianças
pelos cantos da casa cobras de cabeças de reluzentes agonizam
a saudade reflete no tempo e nas águas do mar.

Os suspiros de quem viveu sabe o sabor da lembrança
do beijo se embriagam na loucura.
Os olhos sangram para fora nunca para dentro
de jeito e maneira que só existe ir vivendo novas loucuras
novos amores na perspectiva de um futuro maravilhoso e cruel.

- Eita dúvida lascada.

A solidão combustível para os versos dos fantasmas e almas perdidas
a sutileza é olhar para trás e entre os dedos nada
nada mesmo a não ser o vácuo do tempo.
As danças Baquianas das sereias na beira do mar rindo
dos marinheiros encantados pelos seus cantos
lamentam as avarias na quilha do navio no mar da Paraíba.

Tua presença é como o astro que brilha no escuro
além do alcance dos olhos do astrônomo.
Mergulhar nas águas da loucura e beber lá no fundo do açude
onde estão guardados os fragmentos de cumplicidade dos poucos
que chegaram tão perto das sereias do mar sargaço.
Olhar o céu se arriscar pelas areias dos desertos
mirando a lua caminheira das alturas
como quem esta sempre de partida.

Grande amor tua voz é como doce alegria de criança.
O animal procura nas idas e vindas dos ventos minuanos
que invadem o agreste abrindo o peito
a brisa suave penetra tão fundo
mas tão fundo nos corte que o frescor invade a alma
abrindo novas portas entranhas adentro nos mistérios escondidos.

Abrir o peito pelo grito deixar a dor sair olhar
o mar e nada de navios os monstros agora vivem na fachada da casa.
A mesa
O silêncios
Os livro crucificados na parede aterrorizados os personagens não conseguem gritar.
A cama
As aventuras das madrugadas
As caixas onde guardávamos os segredos secretos que revelam
porque matei o dragão da maldade e salvei São Jorge
só guardo este segredo para não distorcer a historia.

Quem viu a fera sabe que ela mora no oco da gente
se veste de preto usa bengala anda mancando
se faz de coitada só para nos enganar.

- Dizendo que –

Os fantasmas não retornam e por estes caminhos
eles não te seguirão você não precisa correr da solidão.
Ela esta dentro de você fria e calma
só não suporta ver portas abertas
como um personagem de Luís Bunnel
não agüenta o fantasma da liberdade.

No caminho externo abrir o peito deixar a noite sair
o dia entrar e um imenso raio de luz despejar a primavera
ai ela enlouquece e ataca em dias nublados de forma feroz.
Abaixa visibilidade a favorece.
É sábado
É fevereiro algo insiste alguém ouve os sinos
nos primeiros toques do badalo mãos calejadas puxam a corda
os sinos despertam os dormentes que apertam o crânio de ressaca
mas agradecem.

É fato que o fogo consome os dias
não é invenção é fato insônia existe
enquanto os fantasmas voam pelo teto.
Estamos no mar sem ter mar
estamos no sono e não há sonho
só o olhar cortando o luar como faca afiada.
A solidão prende fixa dói pesadamente
quando os dias deixam o sol ir embora
não podemos voar com o vento leve que nos leve para as alturas.
Para o outro lado do mundo com asas e olhos cortando o luar
colher gerânios entre as pedras não é tarefa fácil.

Com um pente cósmico pentear os cabelos de fogo do sol
dasarredondar a lua e gritar com a força de todos os delírios.
em vastos berros na furia quebrar anjos de barro que não eram anjos
mas atormentavam com espadas de fogo.

Suspirar aliviado.
As vezes as exs aparecem como uma nodoa grudada
na camisa branca do lado esquerdo.
Então descobrimos que o inferno existe
e em tudo que os dedos tocam queima.

Na loucura a vida vira uma gruta escura
sem a menor possibilidade de existência de qualquer fantasia
nem na beira do riacho da para a gente ir
ficamos proibidos de recuperar a cuia.

A correnteza é forte e despencar na vertical retendo o ar nos pulmões
quando o abismo nos engole na noite sem fim em queda livre.
É preciso recuperar a cuia da esperança
e as águas antes que os sais do desejo sejam consumidos.
É preciso recuperar as estrelas antes que a noite acabe
nas curvas do caminho.

Quando o fogo da gruta encantada queimar os olhos
iluminar a noite extraindo o coração do dia
olhar os caramujos trocarem de casca na beira do mar.
As conchas vazias depósitos de almas
almas de caramujos em cascas grandes ficam perdidas.

Pena caramujos não sabem o que é o orvalho nem andar de mão dadas.
As vezes as almas não se renovam ficam amargas e envelhecem.
Não são como os Caramujos que passam a vida construindo casas
de cascas de calcário e as deixam pelos caminhos na arte de construir
ficam de alma cara e casa nova num sempre.

Os solitários encontram-se na praia
jogam falas fora e vivem seus amores distantes.
A solidão dos caramujos não é compreendida
a lua não esta longe mesmo com os cortes das palavras laminadas
não é fácil viver no deserto da terra ou das águas
de repente é coisa tola e ser tolo é coisa de quem ama.

Ah quando um tolo ama faz tanta tolice.
Dança na rua fala sozinho vê tudo bonito
até a primavera no asfalto
vacila em dilemas torna a beleza concreta
enfim tudo é belo se uma mangueira esguicha água para cima
ele vê um arco-íris e faz o maior poema da sua vida.

Do nada ela tira tudo
Se a noite esta escura inventa a luz
Se esta cinza vê tudo colorido
Mas de vez enquanto a saga é solitária.
Então?
Só resta olhar a lua e seu arco no espaço distante como teu abraço.

Chico Canindé 29.07.05



Biografia:
Francisco Canindé da Silva. Em Artes Chico Canindé. Tenho minha vida ligada as artes, teatro desde o começo dos anos 70.Nos oitenta comei a desenvolver a po-Ética d´s´águas e o teatro d´s´águas.Por fim acabei criando o concieto de hidrocidadania po-Ética d´s´águas teatro d´s águas hidrocidadania. Este é meu isntrumento de trabalho. vejam o blog http://hidrocidadanianpteatrodsguas.blogspot.com/
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