terra adentro |
Chico Caninde |
TERRA ADENTRO
Não desfiro palavras para cortar o espaço
que almejo ocupar entre o arco dos teus braços
estrutura delicada como a violência do amor.
O embate travado na solidão da distancia
Atiça o desejo e a língua lamina fina quer correr pelo corpo
para se amolar. E cadê você?
Algumas porções de terra são tão misteriosas
como algumas mulheres e suas águas
guardam segredos muito abaixo da superfície brilhante
onde habita a Deusa das águas tem monstros medonhos
quando durmo você me livra deles.
Nas ruas das cidades existem peixes de olhos ofuscantes
nos buracos rasos das calçadas coloridas
as vezes caímos fundo nos braços das sereias
com um pé torcido neste caminho de poucas léguas
no próximo bar mais um conhaque.
Algumas mulheres são como cidades pequenas de ruas longas.
Outrossim algumas mulheres são tão grandes
que não conseguimos enxergar sua dimensão.
Terra imensa varada por rios com cortes
e entre cortes rasos profundos internos e externos.
Das suas nascentes explodem bolhas de sêmen
polemizando os rios aéreos e gota a gota fertilizam a terra
Homens são meros continentes
no arcos dos braços das filhas de Géa
Áfricas
Ásias
Europas
Américas
Austrálias das suas virilhas centro de suas matas brotam águas férteis
homens ficam presos por cipós e pernas
Ariados encantados pelos sons tritônicos da sinfonia
Terra adentro vão tão fundo mas tão fundo nos seus mistérios
que raramente ouvimos noticias do seu paradeiro.
Mirando o olho da gata maracajá
alguns navegantes se perdem seguindo o cheiro pelo faro
que vem pelo vento.
Abilolados ficam como um barco a vela sem leme
terra adentro navegar em seus rios.
As bússolas não funcionam
As direções são todas somos todos nossos
indo cada vez mais fundo em tuas matas
os monstros terríveis dos lagos não me assustam
quando durmo você me protege deles.
Este barqueiro dos Potengis Beberibes e Avenindas
tem o coro das mão feito em retalhos costurado por cicatrizes
Feridas vivas com sangrias estancadas à limão sal e terra
entre os conflitos sociais inda somos de “revolução” palavras esta
que parece ser a evolução da volta
Assim sendo quero a alegria das passeatas
as marcas da repressão
as lagrimas das tentativas no desatar os nós até o ultimo fiapo
Mas que: no fim tudo seja a soma dos enfrentamentos
para ficar no arco dos teus braços.
Chico Canindé
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Biografia: Francisco Canindé da Silva.
Em Artes Chico Canindé. Tenho minha vida ligada as artes, teatro desde o começo dos anos 70.Nos oitenta comei a desenvolver a po-Ética d´s´águas e o teatro d´s´águas.Por fim acabei criando o concieto de hidrocidadania po-Ética d´s´águas teatro d´s águas hidrocidadania. Este é meu isntrumento de trabalho. vejam o blog
http://hidrocidadanianpteatrodsguas.blogspot.com/ |
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