Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
o COMEÇO DO SEU
Chico Caninde

Resumo:
O Sol como uma lamparina funde hidrogênio em hélio brilhando num orgasmo de hermafrodita, iluminando o terreiro.

O COMEÇO DO CÉU.

As Guriatãs, as Guaciras, as Gwaimiris e as Gabrielas.
Tecelãs do tempo e seu fiel escudeiro Taiguara iniciaram sua viagem
bem depois do infinito.
Bem mais pra lá onde se imagina que era o inicio de tudo.
As tecelãs das coisas das coisas no tempo, já vinham colocando luzes nos caminhos.
Os duvidosos estão a procurar desde os tempos imemoriais, o exato lugar onde começou a gestação das estrelas.
Onde tudo era cinza ou claro, espaço oco sem bordas.
Como uma bacia sem fundo, e sem beira.
Não havia começo, principio meio ou fim.
Os caminhos eram pontos de partida
ao encontro de alguma coisa, só não sabia o que.
O vôo livre das tecelãs era um planar eterno na vastidão do espaço
Sem farol de guia...
O trabalho estava apenas no começo
Não exista distancia espaço ou tempo definido
Qualquer lugar era ponto de partida,
No entanto já existia o pulsar dos corações, resolutos na procura,
o instinto das navegantes transformados em desejos sem limites
impulsionavam as tecelãs junto com o seu fiel escudeiro em direção
ao espaço inexplorado e profundo as retas circulares sem começo
o tempo era tecido com grande velocidade, mesmo assim era devagar,
tudo estava começando.
As viajantes sabiam que alguém estava fazendo alguma coisa
só não sabiam o que!
O instinto feminino da criação é imbatível por isso onde tinha trevas
elas iluminavam colocando sóis e estrelas
num lugar praticamente inabitável, alguém estava trabalhando.
Os caminhos tecidos no meio a vastidão estavam sendo bordados
com fios luminosos como se fossem raios rápidos,
o choque das agulhas, das bordadeiras soltavam faíscas de luzes
transformavam-se estrelas e constelações.
Estes acontecimentos estavam sendo gerados dali
de um ponto bem no canto, exatamente de onde nada se supunha haver
justo que tudo era quase nada, cinza, claro, escuro.
Ali, acolá, bem ali, um pouco distante, a ausência algo era, quase total.
A tecelã Gwaimiri estava flutuando logo atrás das tecelãs Guacira e Guriatã, vigiadas de perto pelo fiel escudeiro, Taiguara um autentico viajante guarani, tecendo rendas com fios de luzes, formando estrelas-guias.
Para os novos navegantes que virão do espaço sem fim.
Com uma almofada de paciência a teia estendia-se
em todas as direções o infinito ia ficando mais iluminado
com estrelas, de todos os tamanhos e cores cada qual com seu brilho.
Algum astro produto dessa criação brilhava tanto que seu brilho
pareciam crianças brincando, a alegria emanada era tanta que as estrelas,
estouravam em brilho –riso, formando nuvens de gases.
Este sêmen da criação solto no espaço formou os planetas conhecidos.
O terceiro, depois da estrela mais brilhante, nasceu de forma especial
tem a fusão de todas as cores, e cada cor é só e única,
o mesmo acontece com suas águas e árvores.
Seus habitantes criaram alguns líquidos e gases tornando a vida nos rios, lagos, ares e mares e nas árvores, insuportável nas águas e nas árvores
os amantes formaram outras formas, de vida, luzes e cores. E sem elas?
O tempo estava sendo tecido por criaturas incansáveis.
Do tempo em que se imagina
onde era o começo de uma coisa que zabumbava como um coração
nas rodas das danças, nas rodas das saias,
as meninas em festas nas noites da Ingazeira
azabumba, azabumba, azabumba,
azabumba viola, matraca, sanfona,
coração/pandeiro e tambor de criola.
A morte trai a vida do boi de cilada,
O urro é do boi, a lança é do home de tocaia no matador,
azabumba, azabumba, azabumba,
viola, matraca, sanfona, coração/pandeiro e tambor de criola.
Os olhos da gente,
os olhos do boi, apavorados buscando esperança
Os olhos da gente lançam luzes de medo, os olhos do boi,
Os olhos do boi, buscando esperança
Coração navega sem sair do lugar,
Azabumba, azabumba, azabumba,
azabumba viola, matraca, sanfona,
coração/pandeiro e tambor de criola.
A poeira subindo, bala de ponta fina, se passageira segue enfrente
s’paixonada fica quetinha, quentinha num peito tão moço.
As rodas das festas,
as saias rodadas das moças
as estrelas brilhando em Guarabira.
Cavalo a galope, o rabo do boi na mão do vaqueiro
o medo nos olhos, nos olhos do boi,
o medo nos olhos, nos olhos do povo no corredor.
Azabumba, azabumba, o boi na rua.
azabumba, azabumba, no pastoril
azabumba, azabumba, com boi na lua
azabumba, azabumba, São Jorge a galope.
Azabumba, azabumba, que o povo se livra desse moirão!
Azabumba, azabumba, azabumba,
azabumba viola, matraca, sanfona,
coração/pandeiro e tambor de criola.
Num canto da América latina, no nordeste sentrentional,
na ponta do hemisfério sul.
O fiel escudeiro esta na beira do mar,
que de tão grande a vista não alcança o seu fim.
Esta olhando e sentindo os ventos alísios que vem dos contra fortes
além do fim dos oceanos, onde tudo presumivelmente começa.
O bom combate dos ventos, passam pelo rosto
como uma almofada de algodão de Paineira.
Um dos pensamentos mais profundos desta enigmática figura.
- Era eu sou eu e catolé é um coco fechado com seus segredos,
antes eram cachos de flores amarelas penduradas nas alturas
agora cocos de águas claras
flor que foi coco foi coqueiro,
deu flor, virou coco, virou coqueiro.
Ali no seu ponto de solidão, assistia a tudo calado,
deslumbrando vendo o sol nascer iluminado os outros planetas,
resultado de um choque de estrelas e seus gases
Na beira da praia de um ponto ali bem perto do alecrim
O sol brilha no firmamento como o farol de mãe Luiza
O fiel escudeiro Taiguara brinca soprando estrelas,
clarões de luzes parecendo festa de fim de ano
na Baia de Guanabara na direção da via Láctea,
nebulosa branca tênue de contornos irregulares,
suaves como as flores dos girassóis que só se vê em noites calmas.
Iluminando um pouco mais a nuvem de Magalhães,
antes da explosão da próxima supernova.
Como um passageiro viajando numa órbita heliocêntrica
dos seus olhos, saem linhas retas na curvatura do espaço
procurando algo mais além do que pode ser atração gravitacional dos corpos. Meras estrelas que dançam ao som de uma sinfonia inacabada onde cada acorde é fruto de uma emissão de energia, as danças dos astros
e seus ritmos se comparam a uma orquestra.
Harmonicamente nenhuma estrela é mais importante do que as outras.
O Sol como uma lamparina funde hidrogênio em hélio
brilhando num orgasmo de hermafrodita, iluminando o terreiro.
A velocidade da dança dos Quasares gera ventos cósmicos
seus ciclos se harmonizam com os círculos solares e lunares.
Esta dança obedece a hierarquia do cosmo,
os astros com seus movimentos de rotação e translação,
não cabem na mão da Gabriela.
Foi assim o começo do céu, foi assim que as deusas e seu fiel escudeiro
criaram as luzes que iluminaram as trevas e as coisas conhecidas.

Chico canindé Teatro d´s´águas.


Biografia:
Francisco Canindé da Silva. Em Artes Chico Canindé. Tenho minha vida ligada as artes, teatro desde o começo dos anos 70.Nos oitenta comei a desenvolver a po-Ética d´s´águas e o teatro d´s´águas.Por fim acabei criando o concieto de hidrocidadania po-Ética d´s´águas teatro d´s águas hidrocidadania. Este é meu isntrumento de trabalho. vejam o blog http://hidrocidadanianpteatrodsguas.blogspot.com/
Número de vezes que este texto foi lido: 61695


Outros títulos do mesmo autor

Poesias o COMEÇO DO SEU Chico Caninde
Poesias A cor da noite. Chico Caninde
Poesias A lua e asolidão dos oceanos Chico Caninde
Poesias Partaguas Chico Caninde
Poesias terra adentro Chico Caninde
Poesias Toca o Tambor Chico Caninde
Poesias INVERTÊNCIA Chico Caninde
Poesias ALVENARIA DO AMOR D AVIDA E DAS CASAS Chico Caninde
Poesias OI MEU BEM Chico Caninde
Poesias A Reunião Chico Caninde

Páginas: Próxima Última

Publicações de número 1 até 10 de um total de 26.


escrita@komedi.com.br © 2025
 
  Textos mais lidos
Os Dias - Luiz Edmundo Alves 63366 Visitas
Jornada pela falha - José Raphael Daher 63345 Visitas
O Cônego ou Metafísica do Estilo - Machado de Assis 63186 Visitas
Namorados - Luiz Edmundo Alves 63131 Visitas
Insônia - Luiz Edmundo Alves 63126 Visitas
Viver! - Machado de Assis 63106 Visitas
Negócio jurídico - Isadora Welzel 63012 Visitas
A ELA - Machado de Assis 63003 Visitas
Eu? - José Heber de Souza Aguiar 62886 Visitas
PERIGOS DA NOITE 9 - paulo ricardo azmbuja fogaça 62883 Visitas

Páginas: Próxima Última