Partaguas |
Chico Caninde |
Partaguas
Aos rios mortos prematuramente
silenciado desviados sangrados
envenenados por tratores como serpentes perigosas
Rio não tem rosto nem nome posto
Rios de águas fé mininas tem curvas
Águas não tem rugas nem rotas de fuga
E são pontos de indagações
delas temos medos quando olhamos um rio
para atravessá-los carecemos de fica matutando
com a fronte serena.
As águas revelam admiração fatal
Nos abraços de carinhos simples
Sem a teoria dos amores complexos
Somo cúmplices de vida então na fronteira das tuas virilhas
busco tuas águas em ondas de línguas no suor salobro
dos corpos que transpões a fronteira dos arcos dos braços
de seres que como frutos amadurecem no tempo
depois resta só o silêncio como Intruso só o silêncio
como deuses metabólico que se sintetizam no sexo
e no prazer do cheiro.
Na beira do oceano parece não existir perguntas
as respostas são agasalhadas
No côncavo e convexo dos abraços
das mãos palma a palma e dedos entrelaçados
e sentir o teu peito zabumbar em batidas vigorosas
O olhar e olhar o solo arenoso dos amores
como casas em construção entre blocos
água cimento paciência tijolo e areia.
É sempre bom olhar ás águas
que ficaram encurraladas elas acham um meio de sair
do curral não como gado e gente que ficam nos emaranhados das cercas
os amores surgem como tudo na vida em instantes imprecisos,
No correr rápido as vezes lento como se estivesse cansado
nessa hora é bom contemplar o rio
as águas são certezanas
os rios não suplicam e nos seus enterros não levamos flores
pois não existe túmulos a não ser a ceterzana verdade do dedo em riste na implacável afirmação
- meu amor ali era um rio.
Que foi hidroassassinado e na sua cangaceira sina morreu e não suplicou,
O barulho das águas não parece mas com uma voz
Os peixes já não mas sua companhia
Estes também não gritaram. Peixe grita?
Os hidroassassinos que tantos anátemas
Já lançaram agora estão de férias em uma praia paradisíaca
Meu rio no sumiço imerso
Não espera as águas que vem dos oceanos
Em nós só a lembrança seca do barulho da sua corredeira
As águas não volta ou voltam?
Se voltarem volta em fúria de céu choroso mas um choro de ira
Nos relampejos das revoltas as águas
estão como as massa sendo enganadas
A luta pela vida carece da utopia pelas águas
Alguns rios fazem parte da memória
A terra fica como se ali nunca tivesse existido nada
Mas apareceram os donos das terras e das águas
os rios são do mundo inteiro.
Na difusa visão do direito a vida
nas falas somos inteiros
pela soma dos pedaços
é que as coisas são inteiras
as falas se diluem no vento
palavras de verbos e coletivos transeuntes
no desconexo do querer ser povo diluído na História
dos ideais das lutas.
Mas meu amor meu próprio e grande amor continental
me diga como devo preservar os rios
nas palavras e mãos corredeiras em teu corpo
que não é terra devoluta
meu próprio e grande amor seja a luz
do sempre possível caminho dessa nossa esperança incarnada
não como os venenos mecurianos mas na certezana
querência de águas melhores.
De onde vem o navegante vem do rio o vem do mar?
Vem da cerra de taquara levando sol pela cara e vento pelos ouvidos na percorrencia do caminho que não é fácil.
Chico Canindé - -2004
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Biografia: Francisco Canindé da Silva.
Em Artes Chico Canindé. Tenho minha vida ligada as artes, teatro desde o começo dos anos 70.Nos oitenta comei a desenvolver a po-Ética d´s´águas e o teatro d´s´águas.Por fim acabei criando o concieto de hidrocidadania po-Ética d´s´águas teatro d´s águas hidrocidadania. Este é meu isntrumento de trabalho. vejam o blog
http://hidrocidadanianpteatrodsguas.blogspot.com/ |
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