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O livro físico irá acabar?
Vander Roberto

A chegada da Internet fez diversas empresas migrarem suas vendas para plataformas tecnológicas. As livrarias não ficaram longe desta inovação. A expectativa era vender mais livros tanto em formatos digitais como físicos. O que se viu foi a continuidade, ou seja, um povo que pouco lê ou não possui o hábito de comprar grandes obras, está obrigando o fechamento de lojas físicas das livrarias. Escrevi um texto falando da falência da Livraria Cultura fechada pela Justiça do Estado de São Paulo, determinação que empobrece ainda mais a cidade paulistana que tinha na Livraria Cultura sua mais ostentosa loja de livros físicos da cidade. Outras estão indo pelo mesmo caminho, infelizmente.

Johannes Gutenberg deve estar se revirando no túmulo devendo levantar da sepultura assustando quem não gosta de ler livros impressos. O grande homem que viveu no século XV não contava que sua invenção chegasse ao fim. As alegações contra os livros impressos são muitas: ocupam espaço físico, destroem árvores para suas produções, ocupam espaços físicos de lojas que poderiam ser utilizadas para outros fins, a acumulação pode trazer insetos caso não recebam devida manutenção e também porque estamos no século dos computadores onde tudo pode ser armazenado na nuvem, são difíceis de levar e podem ser perdidos por esquecimento. Podemos observar que existem muitas razões para abandonarmos o livro físico e partirmos aos digitais, certo?

O problema que isto demorará havendo outras razões para vetarmos estas ideias. A primeira questão é a possível ausência de energia elétrica e baterias para manutenções de computadores, tablets e celulares. A falta de baterias para estes aparelhos eletrônicos já está sendo evidenciada como nas baterias de lítio. Há a questão da segurança cibernética e possíveis alterações de conteúdos de livros digitalizados por meios infindáveis, exclusões acidentais de obras raras e históricas, perda total e para sempre dos conteúdos por alguma catástrofe tecnológica. Na outra ponta, saindo do mundo digital, obras históricas e escritas que ainda possam ser mantidas não podem ser descartadas para desocupação espacial porque existem busca de informações tanto nos papéis como na forma caligráfica em estudos históricos. Vale lembrar que existe a questão da fonte primária, ou seja, onde foram registradas tais ideias científicas que precisam ser mantidas para comparações dando fidedignidade ao que foi impresso pela posteridade.

A sorte de Johannes Gutenberg é que o olho humano não consegue ler 100 páginas em PDF facilmente, cansando logo a vista. Um bom livro de Medicina ou a Bíblia terão mais de mil páginas. Ler um PDF da Bíblia não deve ser fácil mesmo que seja um trecho de alguns versículos ainda mais na palma da mão tentando fazer uma pinça. Levar um notebook no culto não será nada prático. Eu já fiz um teste de leitura com uma obra gratuita aqui tendo 220 páginas. Tivesse lido de forma impressa seriam uns 3 dias. Levei quase 10 dias no digital. Uma simples apostila de 25 páginas torna-se uma tortura caso você não dê um bom zoom. Notei que minha retenção diminui com a leitura digital e com livro impresso tenho mais facilidade para consulta porque acho o assunto rapidamente em poucos segundos sem precisar usar grifador textual para PDF. O olho humano realmente cansa diante da tela digital.

As próprias livrarias tem mantido o sistema duplo de produção livresca. Seja em PDF ou impresso, o cliente poderá adquiri-los. Qual a lógica? A adaptação pessoal. Pessoas mais idosas tendem a optar por livros impressos até porque suas vistas já estão com maiores dificuldades para leituras digitais. Quem vende livros sabe que as pessoas gostam de folhear, sentir se a obra atende suas necessidades e a disponibilidade de trechos virtuais pouco ajudam nesta definição. Justifica o motivo das livrarias disponibilizarem exemplares abertos para olhar o índice em obras impressas. Por outro lado, a impressão física da obra é uma estratégia de marketing mesmo que não seja adquirido neste formato. A própria loja física é um local para apreciar diversos temas e assuntos capazes de despertar compras maiores diferente da loja online onde quem lê procura obra específica e determinada. Leitor que sou, nem compro livro digital por mais que ofertem uma boa explicação sobre o assunto e os temas tratados. Outro ponto é a linguagem trabalhada pelo(a) autor(a) e o livro físico pode resolver a questão diferente do livro digital.

Foram apontadas razões defendendo os dois lados. A minha opinião mostra que o livro físico está longe de acabar mesmo que sua aquisição seja feita online. Neste sentido, atentar-se ao Código de Defesa do Consumidor faz todo sentido para eventuais devoluções dentro do prazo legal por arrependimento. Nota-se que estamos dependentes do papel mesmo na era digital. A Segurança Cibernética precisará prover muita evolução para receber uma carga de material digitalizado garantindo sua veracidade e fidedignidade. Neste sentido, Johannes Gutenberg não precisará sair do túmulo. Menos mal! O problema que o universo de leitores(as) no Brasil é baixíssimo afetando o negócio das livrarias.


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