Um apocalipse vem na minha mente /
em cada momento que eu tô sozinho
Morando em vários universos,
Namorando versos tendo o mal de vizinho
Desejando lábios, falhas e lapsos
Desenho sem lápis a vida em colapso
Escrevo em paredes, papeis não saciam
Não me prendo a redes, pois elas viciam
Cada verso meu é um estado atual
Fodam-se os padrões, não acato o manual
Deixe que a vida celebre o funeral
O sucesso é um veneno fúnebre e letal
Uma vida curta, porem muitos erros
Em uma intensa luta contra esses erros
Procurando luz em meio a essas sombras
Num mundo que te induz a aceitar as sombras
A escrita é um refúgio
A paz é um vidro frágil
O passar do tempo é sutil
E a positividade sumiu
Caronte devolva a minha alma
Morfeu me tire desse coma
Nesse maldito mundo infestado por demônios
Quero os campos elísios, longe de domínios
Denominam meus atos como coisas fúteis
Mal sabem que em cadernos, cultivo solos férteis
E que minhas palavras derrubariam quarteis
Castelos dourados correntes e anéis
Mesmo que esses demônios sejam bem mais fortes
Não abandonarei todas as minhas fontes
Sobre esses rios de mágoas construirei mais pontes
E eu voltarei melhor do que antes
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