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Anjos desceram do céu
Deuses desceram do olimpo
Eu desci para o inferno
Eles traziam um ser de luz
E eu era a escuridão
Eles sorriam de alegria
E eu era a solidão
Fiquei com vergonha da minha impureza
Meus olhos queimaram ao ver tanta beleza
Me escondi, tentei não me mostrar
Algo me dominava, era o seu olhar
Brilhava muito mais do que a luz solar
Seu sorriso
Era um paraíso
Pensei em nossos lábios se tocando
Algo que só aconteceria comigo sonhando
Mas ultimamente só tenho pesadelos
Seria ela a cura dos meus enfermos ?
Não. acho que nem devo tocar nela
Vou destruir a criação mais perfeita já feita
Vou ficar o mais longe possível
Apenas apreciando sua beleza incrível
Ela conversava com tudo
Com os pássaros, com o vento
Me senti mudo
Em meio ao relento
Sua existência purificava o ar
Sua eminência superava a do mar
Seu único defeito era não ter nenhum
Ela levitava, era algo incomum
Reconstruía a destruição
Abençoava a maldição
Mas o inesperado aconteceu
Ela notou que eu a observava
Percebeu que o mal de mim exalava
Venho rapidamente em direção a mim
E terrivelmente encontrou o seu fim
Ela me tocou, achando que ia me purificar
Ela falhou, e igual a mim vai ficar
Seu brilho, não mais vai brilhar
Sua bondade não pode me afetar
Aos poucos ela escureceu
Toda sua magia sob o chão pereceu
Trocamos profundos olhares
E nos apaixonamos
Acabamos com a vida de milhares
Mas felizes estamos
Ela não lembra de como era antes
Todas as coisas boas ficaram distantes
Eu era o mal do homem e ela a bondade
Destruí a esperança de toda a humanidade
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