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CAMPOS DE MIOSÓTIS
Simoni Dimilatrov

(NUNCA ME ESQUEÇA)

Nunca me esqueça
Mesmo sendo preciso esquecer-me
Não sei dizer por ti

Nunca te esqueço
Mesmo sendo preciso esquece-lo
Nunca conseguirei
Nada, jamais, entre nós
Poderá ser esquecido
Mesmo que isso seja imposto
Mesmo que seja proibido
Mesmo que tendo sido descobertos
Mesmo tendo sido impedidos

Mesmo que nunca mais possamos nos rever
Mesmo que a saudade chegue a doer
Mesmo que os anos passem
Nada poderá ser esquecido
Nem o amor, nem o sacrifício
Mesmo o mais doloroso e mortal dos silêncios
Não extingue a chama destinada para sempre arder
Que queima os corações de um amor apartado
E assim, frios, secos e calados
Prosseguimos, em nossos destinos

O que fizemos?
Que fez do amor proibido?
Que Deuses ofendemos?
Que leis infringimos?
Que pessoas machucaríamos?
Quando da magia que nos permitiu atingir o paraíso
Do qual fomos expulsos
E repreendidos
E assim passam-se as horas
Voam-se os dias
Correm-se os anos de nossas vidas
Até o último dia
Em que morreremos
Menos o amor que ousamos
Nunca morrerá
Em arte e obra permanecerá
E assim segue
Em silêncio e dor
O castigo do não encontro
Pelo amor aos nossos
Exige o dever,
Porém, jamais terá o poder
De esquecer e matar
A última felicidade
Não esqueço...
Nunca esqueci, jamais poderia esquecer
Por um dia sequer

O que atou dois corações em um coração
Fosse um sonho de amor tão perfeito e ideal
Ao ponto do amar incondicional
Exigir sacrifício e penitência
Mas nunca o fim dos amor daqueles que se amam
Talvez nosso maior pecado foi nos amarmos como os deuses
Que se enfureceram e agora sobrevivemos

Por isso, ao final
Eu lhe segurava forte
Para não deixá-lo ir
Na esperança
De sermos
Para sempre um

Quem sabe eu já previa
Que tal amor jamais poderia
Ser para um homem e uma mulher

E quem sabe seja por isso
Que o feitiço se realizou
Pois estás vivo dentro de mim
Como se fôssemos um

Eu não o vejo
Não o ouço
E invento palavras
Na esperança daquele
Que um dia disse, timidamente
A ela surpreendida e correspondente
Eu só queria que você soubesse
“Que eu te amo”

E quem sabe, como eu
Para sempre sentirá o mesmo amor
De ontem, de hoje e de sempre
Nunca esquecerá
Quem nunca te esqueceu
Por um dia sequer
Quem sabes fostes apenas o melhor dos sonhos
E agora que estamos como mortos
Descobrimos que o sonho nunca acabou
Pensamentos e sentimentos a distância
Se procuram com sede e fome de amar e de viver
Nossas almas se amam durante o sonho

E assim é o castigo da luxúria
Que, em amor, se transformou
E que jamais deixa de queimar
No inferno aos amantes que condenou

Hoje eu sou apenas uma sombra
A buscar, aquele mundo prometido
E que, o viu, na primeira grande prova de fogo
Desanimar, aceitar, não lutar e desistir.

Então, jamais esqueça
Não me esqueça!
Espero não ser a única tola
Que não esqueceu
Por um dia sequer
Aquele Amor tão perfeito,
Feito a flor azul Miosótis
Que levo, louca de saudades
No vaso quebrado, o último vestígio
Da invisível beleza do Amor.


Simoni Dimilatrov
Santos, 13 de novembro de 2016.


Biografia:
Poeta, escritora, publicitária, gestora pública, servidora estatutária da Prefeitura de Santos, editora do Portal Memória de Santos. Casada, mãe de dois filhos. ATENÇÃO: Minhas obras literárias são registradas e amparadas pela Lei 9610/98(Direitos Autorais). Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor). Você não pode fazer uso comercial desta obra sem a autorização expressa da autora. Você não pode criar obras derivadas.
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