Por que?
Tudo se fecha?
Quando precisávamos que estivesse aberto
E tudo se torna ironia
Quando o ontem não tem mais nada a ver com o hoje
Quando a dor se torna angústia
Tão certa é a vida quanto a incerteza
Há uma imensidão
De dúvidas e promessas
E quando nada nos interessa
Ou resistimos
Enfim, derrotados, se faz um esforço hercúleo
Quando não vemos no horizonte
Satisfação e realização
Apenas uma outra opção
Para sobreviver e seguir
Apenas aceitação
Para não tornar as o ruim pior
Quando deveríamos apenas viver
Livres para fazer escolhas
Que não nos rebaixem a um estado de vontade de morte
Por que queremos o tempo todo?
Manter o que não se pode decidir
Por que ainda resistimos?
Quando de repente, o vento soprou e tudo mudou
Uma montanha de areia impediu e separou
E nos levou algo de caro e amado
Sem sequer deixar recado
Por que é difícil lidar com o brusco da imprevisibilidades
Com repentinos e impensáveis
Términos e recomeços
Quando se pensa que foi muito pouco
O que se pensava que duraria uma vida inteira
Ou que tínhamos algum controle
Que tínhamos algo
Quando nada tínhamos
Testes de adaptabilidade
Provas de resiliência
Manter-se frio e em equilíbrio
Ter no lugar do coração um músculo
A dor não une ninguém
Nem a compaixão e a mais prezada amizade
Quando as coisas se tornam esquisitas, confusas e incertas
Esses finais parecem tão mortais
Na verdade, eles matam sim
E a morte dói, a morte de algo, de um sonho, de um apego, de algo que amamos
E temos que aprender a desamar, a desapegar e a partir
Como cinzas jogadas ao vento
Forma de espalhar qualquer vestígio
De saudade, remorso e dor
As portas se fecham
Janelas se abrem
Para sempre é uma utopia
A mudança é real e quase sempre inesperada
E você vai...
Porque tem que ir
Para aquela porta que se abriu
Quer goste ou não
Com choro ou com o orgulho engolido a seco e entalado na glote
Você vai e não escolhe.
Então vá...
Com a cabeça cheia de esperança
Vai rezando, vai clamando
Por sorte, por D´us ( יהוה) e pelos anjos
Porque você vai...
E o destino nem sempre se escolhe.
E eu vou...
E eu clamo que desta vez seja sem dor
Seja diferente...seja feliz, seja melhor
Seja a grande e esperada hora
Seja a porta do milagre, a porta aberta por Adonai
De entrar pela porta certa que abrirá outras e melhores portas
Que eu seja bem vinda, que eu seja querida, que eu seja feliz e abençoada!
Simoni Dimilatrov
Santos, 28 de novembro de 2016.
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Biografia: Poeta, escritora, publicitária, gestora pública, servidora estatutária da Prefeitura de Santos, editora do Portal Memória de Santos. Casada, mãe de dois filhos.
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