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Antônio Oliveira Pena

Se a Deus queres achar, não é preciso
que balbucies triste uma oração;
apenas que te afastes do tumulto,
em busca de silêncio e de harmonia.
Vai ao encontro de ti mesmo, vai!
A natureza, do Criador reduto,
está ao teu redor, basta que vejas,
que tenhas olhos para o que é perfeito.
Vai ao encontro de ti mesmo, em paz,
os pés descalços sobre a grama verde,
cabelo ao vento, a face à sombra densa
das árvores frondosas do jardim.
Não é preciso que tu digas nada
(mais vale teu silêncio interior!),
antes escuta os sons da natureza:
o pássaro que pousa no seu ninho;
a frágil folha seca que se deixa
arrastar pelo vento que murmura;
gotículas de chuva que não vem,
fremir de asas de insetos pequeninos,
e abelhas brancas a voarem no ar...
Não é preciso que tu digas nada,
antes escuta a voz da natureza,
que é a voz de Deus a te dizer baixinho,
a te dizer, quase que segredando,
que não habita os templos suntuosos;
trono não tem, nem chega a ser um rei;
vive a teu lado, e tu nem te dás conta;
que te conduz no escuro e te protege;
que a mão te põe no ombro, e não percebes;
que está na flor que se abre e te sorri,
mas que arrancas à haste e atiras fora.

Do livro: Vertigem, que integra o volume: O invólucro da noite — Poemas reunidos, 2010.


Biografia:
Antônio Oliveira Pena, nascido em Santa Rita de Jacutinga, MG, conquanto naturalizado fluminense, precisamente de Barra Mansa, é professor e poeta. Em 1999, estreia com Poemas - Poesia da juventude e Esboço, reeditado em 2004 acrescido dos livros: O ritmo da palavra, Vertigem e Nau submersa, este último posteriormente aumentado. Em 2010, com o patrocínio da Secretaria de Cultura de Volta Redonda, publica O invólucro da noite - toda a poesia até então, a que se somam, ainda, o livro que empresta o nome ao volume e o opúsculo Recado. Também em 2010, o Grêmio Barra-mansense de Letras edita Frêmito - também poesia, seguido de Haicais, épica & sonetos, em parceria com José Fleming e Menulfo Nery Bezerra. Criado pelo poeta, o blog poetaantoniopena.blogspot.com resume o fazer poético desse autor da cidade de Volta Redonda ainda desconhecido do grande público.
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