— Cara, essa bola ta murcha. - Bárbara afirmou enquanto batia a bola no chão e ela não quicava.
— Sossega aí, menina. - Butão pegou a bola e se sentou debaixo da árvore mais próxima - Senta aqui. - e bateu no lugar vago ao lado.
Bárbara sabia muito bem o que ele queria e se sentou ao seu lado com má vontade.
— A sua amiga falou de mim?
— Que amiga? - fez-se de distraída.
— A única amiga sua que eu conheço.
— Ah. - ela fingiu se lembrar - Falou algumas vezes.
— O que?
— Que achou você legal.
— Sério? - seus olhos castanhos claros, quase verdes, começaram a brilhar - O que mais?
Bárbara havia prometido para si que nunca diria que Lúcia achou o Butão "o menino mais lindo do mundo", porque aí sim que ele ficaria insuportável.
— Só isso.
— Ah... - ele pareceu decepcionado - Ta, diz pra sua amiga te visitar mais vezes.
— Pra que?
— Ué, ela não é sua amiga?
— Sim. Há dois anos. E aquela foi a primeira vez que ela veio aqui em casa.
— E então? Ela não pode vir mais vezes?
— É muito difícil conseguirmos encontrar uma data que dê pra ela vir. Ou ela tem alguma coisa pra fazer com a família ou a minha mãe não deixa eu receber visitas, porque ela ta ocupada e não vai poder dar a "assistência devida".
E, fora isso, Bárbara não queria convidá-la de novo, porque na semana anterior, depois que ela apresentou Lúcia ao Butão, os dois só queriam ficar conversando e a deixaram de lado.
— Entendi. - ele parecia desapontado - Mas de qualquer forma chame ela mais vezes.
Bárbara virou a cabeça para a direção contrária e revirou os olhos.
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