Não, não sou mais um verso triste!...
Ergui meus olhos! Perscrutei o horizonte!
No sol ofertei meu coração, minhas chagas,
E com a sua luz crestei minha fria fronte!
Lancei ao mar as missivas encharcadas –
As gotas de sangue que verteram do meu peito,
E se lê-las me vinher uma súbita vontade...
Não! Para o meu bem isso não aceito!
Jogarei tua imagem no espelho do olvido
Mas guardarei tua imagem na lembrança...
E mesmo não admitindo, confesso,
Carregarei ainda a cruz da esperança!
Este amor reluz sinceridade à minha alma,
E sempre reluzirá. E no meu ser
Ficará para sempre as feridas sagradas
Que eu obtenho ao tentar te esquecer!...
Amo-te tanto, como Jesus Cristo a humanidade,
Mesmo posto ao sofrimento e a dor,
Mesmo ardendo no leito das mágoas
Sonho-te aspirando a poesia do meu amor.
Mas já não dá mais! A escuridão é muito longínqua,
E me impede de ver os caminhos,
E eu vou, esperançoso, guiando-me
Donde ressoa o canto de felicidade dos passarinhos.
E o sol, aos poucos, desponta no céu
Trazendo a minha dileta claridade,
Afastando o frio que me gela,
O frio que é a alma da tua pouca sinceridade...
E como uma criança vou sorrindo,
Fazendo graças, brincando,
Espalhando as safiras do meu sorriso
Pelos lugares onde, um dia, eu passei chorando...
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