Eu vivo sempre largado pelo chão,
Pétalas murchas, rasgadas, entrecortadas,
Sozinho eu sorvo o pó da solidão,
Sou a pedra que se chuta pelas estradas;
Sinto o mundo correr em rápidas passadas
E eu não esboço uma luz, uma reação,
Do progresso em minha cara ficam somente as pegadas,
E o sonho me ultrapassa, e eu fico com a ilusão.
Sou sim, o ser mais desgraçado que existe:
O que não ver longe, o que não pensa alto,
O que não corre, o que não flameja, não persiste,
Mas bato em meu peito, brado e clamo:
“Sou agraciado por Deus!...”, simplesmente pelo simples fato
Pelo simples e único fato... de que te amo!
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