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SALVAÇÃO PELA ÁGUA
Embora mais de setenta por cento do planeta terra seja formado por água, nós humanos, ainda não desenvolvemos mecanismos verdadeiramente racionais de exploração sustentável desse recurso tão abundante. Utilizamos sim, na geração de energia hidrelétrica, principalmente no caso do Brasil o que representa um potencial de desenvolvimento incalculável, porém tem como efeito colateral alterações negativas na ecologia e na vida das populações que vivem nas proximidades das usinas. Neste artigo queremos nos fixar na água como fonte de fornecimento de alimentos para a população mundial.
A água deve ser, obrigatoriamente, a nossa principal fornecedora de alimentos, não no futuro, mas de imediato. Todos os rios, lagos, mares e oceanos têm que ser visto como “fazendas”. Fazendas produtoras de alimentos. Até hoje temos visto os oceanos apenas como empecilhos que separam em grandes distâncias os continentes, dificultando o comércio, encarecendo o frete, elevando o preço das mercadorias, ou como local de exploração cruel e irracional levando a quase extinção de animais magníficos como a baleia.
De hoje em diante vamos pensar nos rios, lagos e oceanos como fazendas fornecedoras de alimentos para a humanidade. É lógico que isto não representa seu único potencial, porém é o mais imediato. Comer para viver. Sabemos que atualmente praticamente um terço da população mundial vive abaixo da linha de pobreza e passa fome. Enquanto os mares estão repletos de vida. Outra observação importante é que a humanidade não rejeita o peixe como alimento enquanto rejeita a carne de muitos animais.
Para que destruir as florestas para criar gado enquanto mais de setenta por cento do planeta terra já é formado por fazendas naturais, prontas, acabadas, em pleno funcionamento e com índice de produtividade imensurável? Produzir alimentos na água é limpo, politicamente correto, ecologicamente sustentável, inteligente e natural, pois este trabalho a natureza já fazia bem antes do surgimento humano. Precisamos apenas de iniciativas governamentais, leis específicas, iniciativas por parte da ONU, inteligência, racionalidade e bom senso humano.
Experiências dessa iniciativa têm bastante no Brasil, veja o caso dos viveiros onde em um pequeno espaço fazendeiros psicultores criam enormes quantidades de peixe. Enormes considerando a área utilizada para a criação. Os peixes são de ótima qualidade e são vendidos no mercado com grande aceitação, visto que são mais baratos possibilitando acessibilidade mais ampla. A Noruega, um dos países mais desenvolvidos e com uma das melhores qualidades de vida do mundo, tem grande parte de sua receita gerada pela exportação de Bacalhau.
Imagine se as mesmas técnicas de criação de peixes fossem desenvolvidas nos rios, lagos e oceanos. Teríamos um aumento de produtividade em escala geométrica. Quantos problemas resolveríamos com esta atitude: a fome no mundo, o desmatamento, o aquecimento global...Vamos discutir esse ideia, vamos propagar esse ideia, vamos pensar e agir. Nosso alimento principal deve ser o peixe, sendo a água nossa principal fonte de alimentos.
felisruiz@gmail.com Outubro de 2012
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