Quando os olhos insistem em olhar sem ver, e quando a dor desatina sem doer, meus olhares cheios percorrem espaços vazios e lágrimas secas rolam pela face oculta que ignoro existir.
Quando a antítese da vida é viver e me encontro imersa em uma falta de sentido completa, meu ser inexistente insiste em voltar a vida e me remete as lágrimas jamais choradas, lágrimas cristalizadas de um ser que não é. Meus sonhos se desfazem e se refazem em um ir e vir infinito que jamais existirá.
E percebo por fim que o inexistir é a utopia engambelante de um reflexo ignorado do incompleto.
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