Medo do que não é real. Medo do que se desfaz, medo do que se constrói. Filosofia irônica do sentimento vazio. Palavras jogadas no vácuo, vozes que não se ouvem. A dor sentida pelo vivente.
O grito rouco e alto, de quem é mudo. A visão do cego. Pessoas vivas que inexistem. Pessoas mortas que ainda matam. Lânguidos espasmos de dor. A dor sentida pelo vivente.
Lágrimas que não rolam na face. Face de um cadáver. Sonhos surreais. Sonhos jamais sonhados. Espaços vazios do nada. Um ser que não é. Um existir utópico. Vozes abafadas. Medos ignorados. Perplexidade. Ansiedade. Dor. Dor. Dor. A dor sentida pelo vivente.
A dor sentida pelo que vive e inexiste em vida. A vida que é a morte. A vida que não se vive. A vida que se esvai. O ser que jamais será. O sentimento que nunca será sentido. A dor sentida pelo vivente.
A voz que foi calada.
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