Só por mais esse instante de saudade e tristeza, percebo que errei
E se erro, é por muito querer acertar
Numa paranóia de desconfiança sem razão; assombram-me os demônios
E, travestido em roupas do perdão, talvez não queira em suma me perdoar
Em cânticos contrários relembro os favônios
Em vidas transversas espero que acredites no que um dia te falei
Pela janela olho o sol à Salvador ardendo sobre o asfalto cinza
Modifica sua paisagem, sua percepção, seu esplendor
Aguarda a chuva para sua metamorfose sensual
A gota cai, toca no asfalto, e diminui seu ardor
Não por um momento de besteira casual
Mas uma biografia de contemplação sucinta
Cada tecla que violento para escrever essa poesia
É uma conexão direta do meu coração para o papel que não existi
Calcada de abstração cognitiva dos sentimentos
Entenda-me que ora estou alegre ,e, ora estou triste
Pelo simples fato de ser ser humano e de haver ou não sofrimentos
Pois sou um ser em construção, não sou papai, mamãe ou titia
No desvairo da minha consciência, não sou o ser perfeito
Cada qual com o seu par, será você o meu?
Talvez não saberei a resposta, mas, afinal, quem sabe?
Nesse momento, e sim no momento, o gostar não se perdeu
De virtudes estranhas e destinos antagônicos, não o maltrate
Vamos nos deliciar com tal deleite, sem pensar qual será o efeito, sem jeito, entranho lento
Sei que não basta apenas pedir desculpas, pois a desculpa é o sinal do fracasso
E se não quiser me perdoar, melancólico temporariamente irei ficar
Mas a vida é assim mesmo, cheia de glórias e decepções
O horizonte numa eternidade se pudesse iria trocar
Por cada detalhe de todas as emoções
Num suor de por em pequenas circunstâncias um momento de cada passo
Viver a poetizar, e là poèsie ou poesia são as mesmas paixões
E do que vale viver se não sofrer, não vale!
E do que vale viver se não chorar, nada!
E as palavras escritas que me disponho a ler
Agora as crio e as expresso em cada utópica jornada
Em meu quadrado infestado de ratos de porão
|