Na realidade não sei o que escrever
Em pequenos trechos busco a essência
Virtudes estranhas, então percebo
Que do todo se faz a ausência
Transcorridas em maldizeres fortuitos
Num estado de simples querer
Há pular, sorrir, brindar...
Nos cálices da vida sofrer
São simples quartetos,
Singelos e banais
E em palavras não ditas
Não é tarde, jamais!
É de fato uma poesia
Que nasce do nada
Do nada surge uma flor
Cinza escura, resguardada
Suas pétalas carregadas de sentimentos
Não dizem o que os olhos vêem
Para não blasfemar atrocidades a razão
Digo a eles, crêem!
No suor transformado em sal
Nas cálidas dobraduras da face
O cansaço se faz vigente
Numa eterna corrente, arrefece!
Por um sonho sem fim
De angústia e esperança
As obrigações, já adultas!
Mas o choro de uma criança
No corpo alvo a doçura
Nos olhos entreabertos um brilho
De tanto o quanto pode ser
Num canto se ouve um exílio
Tríplice aliança nos persegue
Cada qual com o seu carma
Do divino ao pecado original
O que é errado se torna arma
As rimas aqui são simples
Pobres, se preferirem falar assim
Mas o que é poesia se não a simplicidade
E com esta última frase, chego ao seu fim
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