Vou furar o mar
E penetrar no fundo do oceano
Oceano das idéias
Vou pisar em solos
Onde meus pés já pisaram
Só pra ver
O que deixei para trás
Vou pular o tempo presente
E chegar o tempo futuro
E regressar ao passado
Para resgatar sonhos
Pois o sonho que se sonha
No estado do sono
Será simplesmente sonho
Mas o sonho que se sonha
No estado da vida
Como um trabalhar de arquiteto
Pode vir a ser realidade
Nunca serei um saudosista
Em um mundo que se degrada
Prefiro ser um sonhador
O mundo é o lapidador de sonhos
A vida é também
O tempo muito mais
... Bem... E, eu?
Eu sou a pedrinha
Do artesão
Eu sou a madeira
Do marceneiro
E também artesão e marceneiro
Sou eu
Embora não saiba usar
O serrote, o compasso ou a machada.
Mais o lápis? Sim, eu posso.
Ah! O lápis...
Quando minha hora chegar
Gostaria de deixá-lo
Para meus filhos
Para os meus netos
Para meus amidos e até inimigos
Quando eu passar os portões celestiais
Não quero que coloquem os meus pertences
Em museu algum
A não ser no museu dos pobres
Não coloquem flores
Na minha caixa de passaporte
Deixe apreciá-las ainda neste mundo!
Por que as flores do céu
São mais cheirosas
Amigo, não perca a chance.
De conhecer a VERDADE
Eu sei que a minha verdade
Pode ser para ti mentira
Porém...
É com minha VERDADE
Que viajarei para o céu
Por favor, não me interrompa.
Já estou de vestes prontas...
E não malas
Pois não preciso de bagagem
A não ser, a da FÉ.
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